Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 11 de abril de 2019
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, removeu o embaixador Sergio Amaral da embaixada brasileira em Washington, nos Estados Unidos, e transferiu o diplomata para o escritório de representação do Itamaraty em São Paulo. A mudança foi oficializada na edição desta quarta-feira (10) do Diário Oficial da União.
Em março, às vésperas de embarcar para a primeira visita oficial aos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro afirmou a jornalistas, em um café da manhã no Palácio do Planalto, que iria trocar o embaixador em Washington.
Na ocasião, Bolsonaro justificou a mudança ao fato de que a imagem dele não estava boa no exterior e reclamou que é apresentado fora do País como ditador, racista e homofóbico sem a devida defesa dos diplomatas brasileiros. Além dos Estados Unidos, ele anunciou que iria trocar os embaixadores de pelo menos 15 países pelo mesmo motivo, entre os quais o da França.
Sergio Amaral estava à frente da embaixada brasileira nos Estados Unidos desde 2016. À época, ele foi indicado para o posto pelo então presidente Michel Temer. Antes, o diplomata já havia comandado em outras duas ocasiões a embaixada em Washington, em 1984 e em 1992.
Diplomata de carreira do Itamaraty, Sergio Amaral está desde 1971 no Ministério das Relações Exteriores. Ao longo das quase cinco décadas de carreira diplomática, além de atuar como embaixador em Washington, ele ocupou outros postos importantes no Itamaraty, como responsável pelas embaixadas do Brasil no Reino Unido e na França.
Entre 2001 e 2003 – no segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso –, Amaral comandou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Ele também exerceu o cargo de porta-voz da Presidência, entre 1995 e 1999, na gestão de FHC.
Formado em direito e ciências sociais pela Universidade de São Paulo, Amaral também atuou como professor assistente de Relações Internacionais na Universidade de Brasília.
Israel
Bolsonaro afirmou que mantém a sua determinação de transferir a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. Porém, ele não disse quando ocorrerá a mudança. O chefe do Executivo ressaltou que quer evitar confrontos e choques.
De acordo com o presidente, as resistências vêm, sobretudo, dos palestinos e iranianos. “Não mudei de ideia, não”, disse o presidente durante entrevista no Palácio do Planalto, em Brasília. “Não queremos confrontar ninguém.”
Na viagem a Israel, encerrada na semana passada, Bolsonaro anunciou a instalação de um escritório de negócios em Jerusalém, destinado aos assuntos de ciências, tecnologia e inovação, além de comércio e economia.
A Autoridade Palestina condenou “nos termos mais fortes” a decisão brasileira de abrir um escritório de negócios em Jerusalém e convocou o seu embaixador no Brasil para consultas, segundo um comunicado. “Entraremos em contato com o nosso embaixador no Brasil para chamá-lo para consultas, para tomarmos as decisões apropriadas para lidar com esta situação”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina.