Segunda-feira, 06 de janeiro de 2025

2024 foi o ano mais quente já registrado no Brasil, informa o Instituto Nacional de Meteorologia

O ano de 2024 entrou para a história como o mais quente já registrado no Brasil desde o início das medições em 1961. A constatação é de um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), com dados também da Organização Meteorológica Mundial (OMM), divulgado nesta sexta-feira (3)

Segundo o Inmet, a média das temperaturas no País durante 2024 atingiu 25,02°C, superando em 0,79°C a média histórica de 1991-2020, que é de 24,23°C.

O aumento coloca 2024 no topo do ranking dos anos mais quentes, ultrapassando até mesmo 2023, que registrou uma média anual de 24,92°C, 0,69°C acima da média histórica. Os anos mais quentes no Brasil coincidem com períodos de forte influência do fenômeno El Niño. E no último ano, assim como em 2023, o El Niño apresentou intensidade de forte a muito forte, contribuindo significativamente para as temperaturas elevadas.

Ainda segundo o Inmet, por 16 meses consecutivos, de junho de 2023 a setembro de 2024, a temperatura média global provavelmente excedeu qualquer registro anterior. De forma geral, desde junho de 2023, o mundo vem registrando também um mês mais quente a cada novo período, um dado preocupante que ilustra o especialistas chamam de emergência climática.

O boletim indica que o último novembro foi o segundo mês de novembro mais quente da história, atrás apenas de novembro de 2023. Ainda em novembro, a temperatura média do ar mundial foi de 14,1°C, temperatura 0,73°C acima da média mensal para o mesmo período entre 1991 e 2020.

Entre janeiro e novembro de 2024, a anomalia da temperatura média global ficou em 0,72°C acima da média registrada entre 1991 e 2020. Essa é a maior marca já registrada para o período, que também foi 0,14°C mais quente que o mesmo tempo estudado de 2023.

No Brasil, as mudanças climáticas aumentaram, por exemplo, em duas vezes a probabilidade de ocorrência das chuvas históricas que causaram enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul entre o final de abril e início de maio de 2024.

Aliado a isso, dias quentes, secos e com fogo mais que triplicaram na Amazônia e no Pantanal. Como mostrou o g1 com exclusividade, em 2024 o Brasil enfrentou também a maior seca da sua história, com aproximadamente um terço do território em situação de seca intensa.

No Pantanal, as alterações climáticas aumentaram em cerca de 40% o número de incêndios florestais observados em junho. Além disso, a crise climática elevou em até 20 vezes a chance de condições meteorológicas que contribuíram para a intensificação dos incêndios na Amazônia Ocidental entre março de 2023 e fevereiro de 2024.

 

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