Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 7 de novembro de 2024
Com a vitória de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, Jair Bolsonaro escalou seus interlocutores junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para fazer uma nova investida para tentar liberar seu passaporte. Aliados do ex-presidente buscarão diretamente o ministro Alexandre de Moraes para tentar convencê-lo a liberar o documento para que o capitão compareça à posse de Trump, no dia 20 de janeiro. Bolsonaro, inclusive, deu o aval a contatos diretos com o ex-presidente Michel Temer para fazer a ponte com Moraes.
A avaliação do entorno do ex-presidente é que, com a vitória de Trump, o ministro poderia usar o episódio para fazer um gesto ao presidente eleito dos EUA. Um dos argumentos que interlocutores de Bolsonaro usarão junto aos magistrados é que a ausência do ex-presidente brasileiro na posse, que será acompanhada pelo mundo todo, reforçaria a imagem de “perseguido” do capitão e “emparedaria” o STF. Para eles, a negativa do documento abre espaço para um novo movimento de pressão internacional sobre a corte.
Até o momento, porém, os ministros não veem uma mudança de cenário que possa favorecer o ex-presidente. Magistrados avaliam que a corte é independente e soberana e não creem que Alexandre de Moraes buscará fazer gestos a Trump. O ministro tem sinalizado a auxiliares que “nada muda” com a eleição do republicano.
O diretor da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, disse que existe “influência zero” da eleição americana nas investigações contra o ex-presidente.
Bolsonaro e Trump
O ex-presidente Jair Bolsonaro vê paralelos entre sua trajetória política e a de Donald Trump, e sugere que os desafios enfrentados por ambos seguem um padrão. “Tudo o que acontece lá acontece aqui”, afirmou Bolsonaro em entrevista à Folha de S.Paulo publicada nessa quinta-feira (7), referindo-se à polarização, às disputas institucionais e ao cenário de oposição forte que ele e Trump enfrentam em seus respectivos países.
Bolsonaro também revelou seu desejo de comparecer à possível posse de Trump caso o ex-presidente americano seja reeleito em 2024. Com o passaporte retido devido às investigações sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, ele planeja solicitar uma liberação ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Vou peticionar ao Alexandre [de Moraes]. Ele decide”, disse, acrescentando: “Trump me tem como uma pessoa que ele gosta, é como você se apaixonar por alguém de graça”.
À Folha, Bolsonaro mencionou o ex-presidente Michel Temer como um nome viável para a vice-presidência, deixando a porta aberta para alianças estratégicas. “Não descarto conversar com ninguém, até com você”, brincou, antes de acrescentar: “Ele [Temer] é garantista, é um ex-presidente”. Bolsonaro reforçou que está disposto a construir pontes com diferentes figuras políticas, priorizando parcerias que possam fortalecer seu retorno ao cenário eleitoral. As informações são do jornal O Globo.