Terça-feira, 22 de outubro de 2024

A rotina frenética de Bolsonaro na reta final das eleições municipais

O ex-presidente Jair Bolsonaro segue uma rotina frenética de agendas eleitorais para apoiar candidatos de direita no segundo turno. Na última semana, para ter uma ideia, ele chegou às 3 da madrugada em Brasília, vindo de Cuiabá, tomou café no aeroporto e embarcou para o Nordeste às 7 da manhã.

O ex-presidente passou, na última semana, por Cuiabá, João Pessoa, Manaus e Santarém, no Pará. Nesta terça (22), Bolsonaro estará em São Paulo para um almoço com o prefeito Ricardo Nunes, o governador Tarcísio de Freitas e mais 300 empresários.

Luta interna

O comando da Fundação Álvaro Valle, órgão do PL destinado a realizar pesquisas e cursos de doutrinação política, é o novo motivo de disputa entre a família de Jair Bolsonaro e o presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto. O filho 03 do ex-presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pede o controle do instituto, enquanto Valdemar diz que não abrirá mão.

A Lei Eleitoral obriga os partidos a repassarem ao menos 20% do valor total do fundo partidário às suas fundações. Neste ano, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PL recebeu até setembro R$ 124 milhões do fundo partidário. De acordo com a última prestação de contas do partido à Justiça Eleitoral, já foram repassados mais de R$ 19 milhões neste ano à fundação — pouco menos do que a regra exige.

Eduardo tem o apoio de Bolsonaro para assumir o controle do órgão, já que abriu mão de entrar na disputa com Valdemar pela presidência do PL. A aliados, o ex-presidente afirmou que seria “simbólico” ter alguém com o seu sobrenome à frente das atividades de doutrinação dos valores conservadores. Eduardo afirma que pretende usar a fundação e sua verba para realizar eventos da direita em todos os estados do país, a fim de manter a militância ativa.

A vontade de Eduardo de controlar o orçamento, entretanto, esbarra nos planos do presidente da legenda. Valdemar diz que o filho do ex-presidente terá um posto dedicado às relações institucionais no PL.

“A fundação fica comigo. Aquilo que não gasto com o partido durante o ano, vem para a fundação e já guardamos para a eleição seguinte. E do jeito que o partido está, tem sido difícil guardar verba. Eduardo é muito dedicado e atento ao partido. Ele terá uma função de conversar com autoridades, eventualmente ficar como representante do partido”, diz Valdemar.

O presidente do PL, entretanto, nega ter tido qualquer diálogo com Eduardo Bolsonaro sobre a Fundação Álvaro Valle e diz não ter “crise” com a família Bolsonaro pelo comando do órgão.

“Ninguém da família Bolsonaro tocou neste assunto comigo. Nós economizamos o dinheiro da Fundação Álvaro Valle e repassamos para as eleições. O senador Rogério Marinho quer destinar 5% do dinheiro da Fundação para os cursos de doutrinação e formação da direita, o que é super importante para nós. Mas, nunca houve briga por isto”, diz.

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