Sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Acordos com a China abrem espaço para acesso a novos mercados para produtores agrícolas do Brasil

Após o encerramento da Cúpula do G20, grupo das maiores economias do mundo, no Rio, o presidente da China, Xi Jinping, fez uma visita de Estado a Brasília na quarta-feira (20), e acertou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elevar a relação entre os dois países a “um novo patamar”.

Os dois líderes falaram em “sinergias”, assinaram 37 acordos, mas dosaram a abertura de novas frentes comerciais. Os documentos assinados incluem a abertura de quatro mercados agrícolas, em vez dos seis que estavam prontos para serem firmados.

A China deu aval, em termos de autorização fitossanitária, para a exportação, pelo Brasil, de farinha de peixe (junto de óleo de peixe e outras proteínas e gorduras derivadas de pescado para ração animal), de sorgo, de gergelim e de uva fresca. Ficaram de fora os acordos para o Brasil vender miúdos de carne, porque não foram finalizados.

Considerando a demanda chinesa e a participação brasileira nesses mercados, o potencial comercial é de cerca de US$ 450 milhões por ano, estimou o Ministério da Agricultura. O valor é relativamente baixo quando se considera a relação comercial — a China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil e uma das principais origens de investimentos em território brasileiro.

No ano passado, as exportações brasileiras totalizaram US$ 104,3 bilhões e importações vindas da China somaram US$ 53,2 bilhões, um saldo positivo de US$ 51,1 bilhões para o Brasil. Isso equivale a 52% do nosso superávit comercial.

“As relações China-Brasil encontram-se no melhor momento na história”, disse o chinês, ao lado de Lula. “Nos últimos anos, os nossos dois países passaram a ser amigos de confiança mútua e futuro compartilhado, e atuam como forças positivas que contribuem juntas para a paz.”

Lula citou a presença de empresas brasileiras na China e vice-versa. Também ressaltou como as trocas comerciais beneficiam os dois países. ”

Queremos adensar a cadeia de valor em nosso território, além de ampliar e diversificar a pauta com nosso maior parceiro comercial. No contexto desta visita, quase 40 atos internacionais foram assinados em áreas como comércio, agricultura, indústria, investimentos, ciência e tecnologia, comunicações, saúde, energia, cultura, educação e turismo”, disse.

Integrantes do governo brasileiro reconheceram, nos bastidores, que os acordos comerciais foram menores em relação às parcerias em infraestrutura, por exemplo. Mesmo assim, a abertura dos mercados para os produtos brasileiros é “uma excelente notícia”, segundo Suema Mori, diretora de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), pois “os produtores estavam na expectativa”.

No caso da uva, foram quatro anos de negociação para liberar as exportações, segundo Guilherme Coelho, presidente da Abrafrutas, a associação dos produtores nacionais de frutas. O setor está otimista, disse Coelho:

“Setenta porcento de todas as uvas (exportadas pelo Brasil) vão para a Europa, que tem 500 milhões de habitantes. Imagina um mercado de 1,4 bilhão (de habitantes)”, afirmou.

Em valores, as uvas ficam em terceiro, entre as frutas mais exportadas pelo Brasil. No ano passado, o país vendeu US$ 179 milhões do produto, conforme dados compilados pela Abrafrutas.

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