Sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Afetado por enchente em Porto Alegre, Museu de Arte do RS comemora 70 anos com evento na Fundação Iberê Camargo

Às 14h deste sábado (27) em que completa 70 anos, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) retoma sua programação comemorativa, interrompida desde que as enchentes de maio danificaram o prédio da instituição na Praça da Alfândega, Centro Histórico de Porto Alegre. A retomada se dá com a abertura de exposição em espaço cedido na sede da Fundação Iberê Camargo, próximo à orla do bairro Cristal (Zona Sul).

O evento tem visitação até 24 de novembro, de quarta-feira a domingo, das 14h às 18h30min (nas quintas, a entrada é gratuita, ao passo que nos demais dias os ingressos custam R$ 10 a R$ 30). Visitas mediadas podem ser agendadas pelo telefone (51) 3247-8013. A Fundação stá localizada na avenida Padre Cacique nº 2.000.

Intitulada “Iberê e o Margs: Trajetórias e Encontros”, a nova mostra aborda a duradoura relação entre o artista plástico Iberê Camargo (1914-1994) e o Margs, além de ressaltar a parceria entre as duas instituições museológicas. São mais de 80 obras e documentos pertencentes às duas entidades, destacando exposições, publicações, eventos e ações produzidas pelo Margs com Iberê e sobre ele.

Com curadoria do diretor-curador do Margs, Francisco Dalcol, e do responsável pelo acervo da Fundação Iberê, Gustavo Possamai, e resultando de uma pesquisa inédita e conjunta entre as instituições, o projeto estava em preparação há mais de um ano, como parte da programação comemorativa dos 70 anos do Museu.

Iberê é o artista que mais expôs no Margs, com sete exposições individuais e mais de cem coletivas. Ao apresentar a extensa presença do artista nos acervos artísticos e documentais da instituição, o projeto também assinala a riqueza e a profundidade de sua história com o Museu. Trata-se de uma trajetória que ainda não havia sido devidamente contada, como demonstra a ampla cronologia desenvolvida de forma colaborativa para a exposição e para o seu catálogo.

O artista participou da mostra de estreia do Museu, em 1955, tendo obras suas adquiridas para o acervo na ocasião. Nas décadas seguintes, também ganhou livro monográfico, ministrou cursos, participou de ações e iniciativas do Museu e protagonizou debates públicos.

Teve, ainda, o ingresso de outras obras suas no acervo (por meio de compra, transferência e doação), além de um espaço de guarda de parte de seu arquivo pessoal, o qual destinou à instituição em 1984. Foi também no Margs que ocorreu a sua despedida, com velório público que ocorreu nas Pinacotecas, o mais nobre e solene espaço do Museu.

Em 2004, parte da documentação doada por ele foi transferida para a Fundação Iberê Camargo, em um contexto já de colaboração institucional, celebrada à época com a exposição “Iberê Camargo – Uma perspectiva documental”, no Margs. Ainda assim, o Acervo Documental do Museu possui hoje mais de 10 mil páginas relacionadas a Iberê, incluindo o mais expressivo e volumoso conjunto da coleção denominada “Dossiês de Artistas”.

Recentemente, foi concluído o extenso processo de digitalização que contemplou esse amplo conjunto documental sobre o artista, disponibilizando-o publicamente e em meio on-line no repositório Tainacan do Margs.

Dessa relação longeva e profunda vem o título da exposição, inspirado em um dos mais importantes acontecimentos do Margs relacionados ao artista: a mostra “Iberê Camargo: trajetória e encontros”, de 1985. Realizada em cooperação com a Funarte, percorreu o Museu de Arte de São Paulo (Masp), o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-Rio) e a Galeria do Teatro Nacional de Brasília, celebrando Iberê como o maior pintor vivo do Brasil.

A nova exposição, em processo de preparação há mais de um ano como parte da programação dos 70 anos realizada por outras instituições fora do Museu, se dá em sequência à parceria com a Fundação Iberê, que havia trazido a Porto Alegre a exposição “Carlos Vergara – Poética da exuberância”, apresentada simultaneamente nas duas instituições, tendo sido interrompida também em maio.

Restabelecimento do prédio

Não há previsão de retorno das atividades ao público no edifício do Margs, que ainda passa por uma série de trabalhos internos de restauração, devido ao alagamento de seu andar térreo. A enchente afetou rede elétrica, sistema de climatização, elevador, computadores, equipamentos, mobiliários e documentação administrativa, além de obras de parte do acervo, comprometidas pela água ou umidade.

A fase atual inclui reforma predial restauração de obras e criação de novo espaço para reserva técnica, mediante patrocínio de R$ 5,6 milhões do Banrisul, além de recursos da Sedac, iniciativas da Associação de Amigos (Aamargs) e doações recebidas pelo Museu.

As ações envolvem diversas equipes e voluntários, assim como parceiros e doadores. O Margs ainda tem um longo trabalho pela frente; por isso, também busca patrocinadores pela Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet). Quem quiser ajudar na recuperação do Margs encontra informações no site margs.rs.gov.br.

(Marcello Campos)

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