Quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Agência de testagem confirma doping da patinadora russa Kamila Valieva, de 15 anos, fenômeno em Pequim

A jovem patinadora artística russa Kamila Valieva testou positivo no controle de doping no final de dezembro, antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim-2022. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (11) pela Agência Internacional de Testagem (ITA, na sigla em inglês), encarregada de controles antidoping.

A atleta de 15 anos testou positivo para a substância trimetazidina, um medicamento para angina proibido pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) desde 2014, durante o Campeonato Russo em São Petersburgo, explicou o ITA.

O resultado do controle foi conhecido no último dia 8. A agência antidoping russa (Rusada, na sigla em russo) suspendeu provisoriamente Valieva, que recorreu e conseguiu a liberação para treinar em Pequim.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) foi contra a decisão da agência russa e apelou à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês), afirmando que “é necessária uma decisão antes de 15 de fevereiro”, quando começa a competição individual feminina.

A equipe da atleta poderá perder a medalha de ouro da competição de patinação artística por equipes caso a apelação seja aceita pelo CAS. O ouro foi conquistado na última segunda-feira, um dia antes da divulgação do resultado do exame antidoping de Kamila.

Questionado na coletiva de imprensa do COI em Pequim, o porta-voz Mark Adams explicou que apesar do Comitê ter uma política 100% antidoping, trata-se de um assunto com “questões mais amplas, porque ela é menor de idade, então não podemos comunicá-las”.

Kamila tem sido a nova sensação da patinação artística desde que chegou ao circuito sênior em 2021, reunindo sucessos em grandes prêmios. Durante a competição por equipes em Pequim, ela se tornou a primeira mulher a realizar saltos quádruplos nos Jogos Olímpicos de Inverno.

Paraíso dos jogos 

Antes mesmo do início dos Jogos de Inverno de Pequim 2022, diversas polêmicas e problemas diplomáticos contra o governo chinês vieram à tona. Dentre eles, o suposto abuso dos direitos humanos, com a existência de campos de concentração na China, fez com que os Estados Unidos não enviassem representantes, além dos atletas, à Olimpíada. Os norte-americanos acusam Pequim de genocídio, citando que mais um milhão de pessoas de minorias étnicas estão detidas no país.

Xinjiang, uma das regiões que recebem os Jogos nesse ano, possui até 12 áreas de detenção, segundo imagens de satélite do Instituto Australiano. Entretanto, o governo chinês quer transformar a área, como um símbolo do novo polo de esportes de inverno.

Esse plano não passa somente por Xinjiang, apesar da região ser o destaque. As autoridades chinesas, organizadores dos Jogos, declararam a intenção de revolucionar a indústria dos esportes de inverno no país, transformando-a em um négocio de mais de US$ 157 bilhões . Além disso, a ideia é de “humanizar” o território.

A região é lar da minoria muçulmana uigur, e grupos de direitos humanos denunciam a China acerca dos abusos contra essa população, em que se acredita que o número de detidos em campos internos e de trabalhos forçados ultrapasse um milhão.

Enquanto isso, meios de comunicação chineses espalham informações sobre o crescimento dos esportes de inverno na região. Através de reportagens com moradores, minorias uigur e jovens se divertindo na neve, a mídia estatal é fundamental para esse plano do governo chinês. A “febre de esqui” fez quadruplicar o número de resorts, com 72 apenas em Xinjiang, desde que os Jogos foram anunciados.

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