Quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Aliados do governo se dividem sobre possibilidade de Gleisi Gleisi Hoffmann assumir a Secretaria-Geral do governo federal

Após auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmarem que o chefe do Executivo tem avaliado nomear a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann, para a Secretaria-Geral da Presidência, o senador Omar Aziz (PSD-AM) criticou a possível escolha da parlamentar para a Esplanada e afirmou não aprovar a atuação de “ministro militante”.

“(A indicação de Gleisi) Não será boa para o presidente Lula. Eu adoro a Gleisi, a Gleisi é minha amiga, não tenho nada contra ela, mas ela é militante”, disse Aziz em entrevista ao portal Uol.

O senador também questionou como Lula poderá colocar no governo “uma ministra que faz críticas a outro ministro”.

“Gleisi faz críticas ao Haddad… Como é que você vai botar uma ministra que faz crítica a outro ministro? Me explica aí isso. Como é que você faz isso, hein? Eu queria entender o raciocínio”, acrescentou Aziz.

Lula avalia nomear Gleisi na vaga de Márcio Macêdo, também do PT, por considerar que a petista tem boa relação com movimentos sociais e já demonstrou capacidade de mobilização com a esquerda e na defesa do governo. A pasta comandada por Macêdo é responsável pela interlocução com a sociedade civil.

Internamente, a ida da presidente do PT ao governo é considerada uma forma de resolver a sucessão da legenda. Para aliados da candidatura de Edinho Silva à presidência do PT, é fundamental que Lula encaminhe o futuro de Gleisi como parte do processo de eleição do novo comandante do partido. Auxiliares do presidente apontam que a ida de Gleisi para o governo desestimularia o surgimento de uma outra candidatura que pudesse ampliar o racha da legenda.

Sinalizações do PSD

A fala do senador ocorreu em meio a críticas de integrantes do PSD ao governo Lula. O presidente do partido, Gilberto Kassab, disse que uma reeleição do presidente Lula não seria fácil durante um evento em que também mirou no ministro da Fazenda, Fernando Haddad . Para Kassab, o sucesso da economia depende de um ministro forte na área, que consiga se impor no governo, o que não seria o caso de Haddad.

Em outra sinalização do PSD ao governo Lula, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), não participou e não enviou representantes a uma cerimônia para anunciar investimentos para obras em estradas do Paraná. Em meio à ausência, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, cobrou “reciprocidade” de governadores da oposição durante cerimônia no Palácio do Planalto na terça-feira.

“Às vezes, é difícil para alguns governadores prisioneiros da polarização que não reconhecem, mas o presidente Lula segue republicano e trabalhando sempre em parceria, porque o Brasil pode fazer muito mais”, disse Mercadante, que evitou citar nomes.

Ratinho Júnior costuma ser apontado como possível candidato do PSD para a disputa presidencial de 2026. O partido tem, hoje, três ministérios na gestão Lula (Minas e Energia, Agricultura e Pesca), mas convive com insatisfações internas de políticos que não conseguem emplacar seus apadrinhados em cargos da máquina federal e, na outra ponta, de uma ala que resiste a aderir à gestão petista, caso do governador.

 

(AG)

 

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