Quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Alta na Selic faz o Brasil subir para o 2º lugar no ranking de maiores juros reais do mundo

O Brasil passou nesta quarta-feira (11) a ter o segundo maior juro real do mundo após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevar, mais uma vez, a taxa básica de juros. O BC optou por aumentar em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano.

O juro real é formado, entre outros pontos, pela taxa de juros nominal do país subtraída a inflação prevista para os próximos 12 meses. Assim, segundo levantamento compilado pelo MoneYou, os juros reais do País ficaram em 9,48%. O líder do ranking é a Turquia, com taxa real de 13,33%.

Na última divulgação, em novembro, o Brasil ocupava a terceira posição da lista. Fatores como o risco fiscal, o câmbio, a inflação e os receios em relação ao pacote de corte de gastos do governo pressionaram o fechamento da taxa real de juros, informou o MoneYou.

Nesta edição do ranking, destaque também para a Argentina, que saltou da última para a 28ª colocação e retornou aos juros reais positivos após “muitos anos”. O movimento é resultado das quedas na taxa de juros e na inflação do país. Agora, a lanterna do ranking ficou com a Holanda.

Nesta quarta-feira, o Copom anunciou sua decisão de elevar a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, para a casa de 12,25% ao ano. Na decisão anterior, em novembro, a autoridade monetária já havia elevado a taxa básica em 0,50 ponto percentual, para a casa de 11,25% ao ano. A decisão marca a terceira alta seguida da Selic.

Novas altas

Em seu comunicado, o Copom voltou a anunciar um guidance (informações financeiras) para as próximas reuniões. Segundo o colegiado, a Selic deve voltar a subir um ponto nas duas próximas reuniões, em janeiro e março de 2025. O ponto final do ciclo de alta, porém, não foi indicado.

“A magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, afirma o Copom em seu comunicado.

Esta é a primeira vez desde março que os diretores do BC anunciam quais serão seus próximos passos. A falta de previsões vinha mexendo com o mercado. A autarquia vinha buscando tranquilizar os ânimos nesse meio tempo dizendo que seria pior anunciar um guidance com um cenário incerto e, então, ter de mudá-lo; do que deixar de dizer qual seria a orientação. Até então, a posição que o Copom dava em seus comunicados era de observar e aguardar.

Os riscos que vinham sendo levantados eram a desancoragem das expectativas, o risco fiscal e o câmbio deteriorado. Apesar de os temores projetados terem se materializado, de modo que o momento da economia fica mais adverso, “o Comitê avalia que o cenário se mostra menos incerto”.

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