Quinta-feira, 30 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 29 de janeiro de 2025
Consumidores entraram com um processo contra a Amazon nesta quarta-feira (29), alegando que a empresa monitorou seus movimentos sem autorização por meio de seus celulares e comercializou os dados obtidos.
A ação coletiva, apresentada no tribunal federal de São Francisco, acusa a gigante do varejo de acessar indiretamente os dispositivos ao fornecer um código chamado “Amazon Ads SDK” a milhares de desenvolvedores de aplicativos. Esse código, ao ser integrado aos aplicativos, teria permitido a coleta massiva de informações sobre a localização dos usuários, registrando horários e locais frequentados, como residência, trabalho e estabelecimentos comerciais.
Além da geolocalização, os dados capturados teriam revelado informações sensíveis, como preferências religiosas, orientação sexual e condições de saúde dos consumidores.
“A Amazon criou um perfil detalhado dos usuários sem que eles tivessem conhecimento ou consentissem com essa prática”, afirma o documento judicial.
A queixa foi apresentada por Felix Kolotinsky, morador de San Mateo, Califórnia, que alega ter tido seus dados coletados por meio do aplicativo “Speedtest by Ookla” instalado em seu celular.
Segundo Kolotinsky, a atuação da empresa viola a legislação penal da Califórnia e normas estaduais contra o acesso não autorizado a sistemas computacionais. Ele busca compensação financeira por danos em nome de milhões de consumidores no estado.
Com sede em Seattle, a Amazon não se manifestou imediatamente sobre o caso. Os advogados do autor da ação também não responderam a pedidos de comentários.
A preocupação com o uso de informações pessoais sem consentimento tem se intensificado, levando consumidores e reguladores a questionar práticas de grandes empresas.
No último dia 13 de janeiro, o estado do Texas entrou com uma ação contra a Allstate, acusando-a de rastrear motoristas por meio de celulares, utilizar os dados para aumentar tarifas ou negar cobertura e comercializar essas informações para outras seguradoras.
A Allstate defendeu-se afirmando que sua coleta de dados está em total conformidade com as legislações e normas vigentes. Pelo menos oito processos semelhantes foram registrados nos últimos meses.