Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 4 de junho de 2023
O norte-americano Kevin Maginnis (57) passou 100 dias se alimentando apenas de lanches do McDonald’s. O resultado, segundo ele, foi uma redução nos níveis de gordura e colesterol, uma melhora na quantidade de açúcar no sangue e a perda de aproximadamente 26,5 quilos durante o processo.
Mas atenção! Nutricionistas alertam que uma alimentação baseada apenas em fast foods pode ser prejudicial para a saúde no longo prazo.
O projeto de Maginnis teve início em 21 de fevereiro deste ano e atingiu a marca dos 100 dias na última quinta-feira (1º). De acordo com Maginnis, apesar de nada do cardápio da rede de restaurantes ter ficado de fora — nem mesmo as sobremesas —, a quantidade das porções foi reduzida pela metade. Além disso, o norte-americano evitou fazer lanches entre as refeições e bebeu apenas água durante o processo.
Em uma rede social, o norte-americano fez uma publicação afirmando que parte do objetivo desse projeto era “provar para si mesmo e para quem estivesse assistindo” que o que importa em uma dieta não é o que é ingerido, mas sim a quantidade que é ingerida.
À NBC, rede de televisão e rádio dos Estados Unidos, Maginnis disse que era pré-diabético antes de começar o projeto, mas que agora os níveis de açúcar “estão em níveis saudáveis agora”.
O norte-americano diz que teve o apoio de sua família durante o projeto. A esposa de Maginnis, Melody, também juntou-se a ele no meio do projeto e, segundo ele, chegou a perder 17 quilos em 40 dias.
Ao jornal diário norte-americano Today, ele afirmou que agora que atingiu seu peso ideal, o próximo passo é embarcar em uma rotina de exercícios.
Prejuízos no longo prazo
Segundo nutricionistas, parte do que pode explicar a perda de peso de Maginnis durante o período é o déficit calórico pelo qual o norte-americano passou. Isso significa que ele ingeriu menos calorias do que seu corpo gastava em seu dia a dia, fazendo com que seu organismo precisasse consumir suas reservas de gordura para ter energia suficiente.
Mas isso, reforçam as especialistas, não é sinal de que o emagrecimento está sendo saudável. “As quantidades de gordura, carboidratos e açúcares que a maioria dos lanches do McDonald’s tem são muito elevadas. Então ele pode até ter conseguido emagrecer por manter um déficit calórico, mas isso pode resultar em uma série de complicações no futuro”, diz a nutricionista Thaynara Fernandes.
“Os efeitos disso não acontecem da noite para o dia. O impacto só vem com o passar dos anos”, acrescenta.
As especialistas alertam para uma série de riscos e problemas de saúde que uma alimentação baseada apenas em fast foods pode trazer. Entre eles:
– Aumento da pressão arterial por conta da maior ingestão de sódio;
– Aumento da quantidade de açúcar presente no sangue — o que pode fazer com que a pessoa desenvolva diabetes;
– Problemas gastrointestinais que podem ser desenvolvidos pela falta de fibras, entre outros.
“Além disso, a pessoa ainda corre o risco de ficar com uma desnutrição de micronutrientes [minerais e vitaminas], porque ela não estaria consumindo quase nada de vegetais e frutas. Então ele [Maginnis] até pode ter conseguido emagrecer por conta do déficit calórico, mas foi uma alimentação muito pobre”, afirma a nutricionista Greice Furlanetto Arraes.
Ela explica que, provavelmente, esses efeitos negativos só não apareceram nos exames feitos por Maginni porque “ainda não deu tempo”. “No longo prazo, com certeza ele teria alterações nos níveis de colesterol e açúcar no sangue”, completa Arraes.