Sábado, 28 de dezembro de 2024

Análises confirmam presença de arsênio no sangue de vítimas e sobreviventes de intoxicação em Torres

Os primeiros resultados das análises laboratoriais realizadas pelo Hospital Nossa Senhora dos Navegantes indicaram a presença de arsênio no sangue de uma das vítimas e dos dois sobreviventes que consumiram um bolo durante uma confraternização familiar em Torres, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. O arsênio é uma substância altamente tóxica, capaz de causar morte.

Três mulheres morreram após ingerirem o bolo durante um encontro natalino realizado na segunda-feira (23). Duas delas faleceram na terça-feira (24), enquanto a terceira morreu no mesmo dia em que o bolo foi consumido. Outras duas pessoas permaneciam hospitalizadas até esta sexta-feira (27).

Hipóteses

Ao todo, cinco pessoas – quatro mulheres e uma criança – buscaram atendimento médico no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes após a confraternização. A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga o caso e trabalha com duas possibilidades principais: intoxicação alimentar ou envenenamento.

Agentes realizaram buscas no apartamento onde o bolo foi consumido e em uma residência em Arroio do Sal, onde o alimento foi preparado. Um detalhe relevante é que o marido da mulher que assou o bolo morreu em setembro, também com suspeita de intoxicação alimentar. A polícia solicitou a exumação do corpo dele para investigar uma possível relação entre os casos. As duas primeiras vítimas sofreram parada cardiorrespiratória.

Até o momento, uma mulher permanece internada em estado grave na UTI, e uma criança de 10 anos segue em observação com quadro estável.

Café da tarde 

De acordo com a polícia, o grupo familiar estava reunido para um café da tarde quando alguns participantes começaram a passar mal. Na casa da responsável pelo preparo do bolo, que também está hospitalizada, foram encontrados diversos produtos fora da validade.

Amostras clínicas e toxicológicas das vítimas foram enviadas para análise no Centro de Informações Toxicológicas, em Porto Alegre. Os alimentos consumidos pela família foram apreendidos para perícia, e os corpos das vítimas foram encaminhados ao Instituto-Geral de Perícias do Rio Grande do Sul (IGP-RS) para necropsia.

 

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