Segunda-feira, 25 de novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 23 de março de 2024
O PSDB terá, a partir desta semana, somente um senador filiado ao partido. A sigla passará a dividir o título de menor bancada partidária do Senado com o Novo. Líder da legenda na Casa, o senador Izalci Lucas (DF) vai oficializar a saída da sigla rumo ao PL na próxima terça-feira (26), confirmando um movimento de aproximação já esperado desde o último ano.
Restará somente Plínio Valério (AM), que preside o diretório estadual tucano no Amazonas e, constantemente, recebe convites para migrar a outros partidos.
A sigla, que chegou a ocupar consistentemente a terceira posição no ranking de partidos da Casa, tem assistido à redução de seu poder ao mesmo tempo em que amarga resultados colhidos nas eleições de 2022, a pior para o partido desde 1990.
Os tucanos abriram 2023 com quatro senadores, nenhum eleito em 2022. Até então, esta já era a menor bancada do partido desde 1994.
Nos meses seguintes ao pleito, o PSDB perdeu dois representantes: Alessandro Vieira (SE), que migrou pro MDB; e Mara Gabrilli (SP), que escolheu o PSD como nova casa.
As movimentações e a falta de senadores interessados em migrar para o PSDB levaram o partido a perder o direito à estrutura de liderança dentro do Senado, que prevê gabinete e cargos exclusivos.
Para usufruir dessas vantagens, o regimento interno estabelece que o partido deve ter, no mínimo, três senadores.
O maior sinal da tormenta do PSDB no Senado veio em setembro passado. Sem ter direito às mordomias de lideranças, o partido foi “despejado” do espaço que ocupava havia décadas no edifício principal da Casa. Quase duas dezenas de pessoas estavam lotadas no gabinete.
Bem localizado e próximo à Presidência e ao plenário da Casa, o espaço da liderança dos tucanos chegou a ser disputado por outros partidos.
De lá para cá, foram somente retiradas a placa e o adesivo na porta de vidro que indicavam a função do local, que ainda segue vazio.
Parlamentares do partido no Congresso avaliam que a míngua no Senado é um reflexo da crise enfrentada pelo partido nos últimos anos, com um racha ideológico e a saída de nomes históricos, como o atual vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.
As disputas internas de comando e divergências a respeito dos rumos do partido nas eleições de 2022 impulsionaram a desidratação do PSDB no Congresso.
Federado ao Cidadania, a sigla voltou seus esforços no pleito para o Congresso. Fracassou. Sem candidato ao Planalto pela primeira vez desde 1989, os tucanos tiveram o pior resultado de sua história nas eleições gerais.
Não conseguiram eleger senadores, conquistaram somente três governadores e perderam o comando do estado de São Paulo, que estava nas mãos do partido há quase três décadas.
Na Câmara, a legenda, que chegou a ter 99 deputados, alcançou a sua menor bancada na história: 13. Nas últimas semanas, porém, perdeu um: Carlos Sampaio (SP), que foi para o PSD.
De saída da legenda, Izalci Lucas disse que não quer fechar a interlocução com o partido. Ele afirmou que deixará a sigla em busca de maiores condições para disputar o governo do Distrito Federal em 2026.
“O PSDB perdeu, perdeu muito [com a redução da bancada ao longo dos anos]”, disse Izalci.
No ano passado, após a saída de Alessandro Vieira, o atual líder do partido chegou a tentar encorpar a bancada da sigla no Senado com a filiação de Marcos do Val (ES). À época, a entrada de Do Val permitiria a continuidade da estrutura de liderança conquistada pelo PSDB.
A troca, que já estava acertada e havia sido celebrada por Marcos do Val, foi indeferida pelo comando nacional do partido, que divulgou uma nota oficial dizendo ter sido “surpreendida”. No fim, Do Val decidiu se manter filiado ao Podemos.
Na avaliação de Izalci Lucas, depois das disputas em 2022, o partido tem se preparado para uma reconstrução. O parlamentar disse acreditar que, sob o comando de Marconi Perillo, o partido poderá encontrar novas lideranças no Congresso e ampliar os eleitos em 2026. As informações são do portal de notícias G1.