Quinta-feira, 05 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 4 de dezembro de 2024
O Parlamento da Coreia do Sul apresentou formalmente nesta quarta-feira (4) uma moção de impeachment contra o presidente do país, Yoon Suk Yeol. O pedido é uma retaliação à imposição da lei marcial anunciada na terça-feira (03) por Yoon, que também já foi derrubada pelos deputados em uma votação de urgência.
Com a moção formalizada, os deputados agora votarão o impeachment, que deve destituir Yoon do cargo. Ainda não há previsão para a votação. O Partido do Poder Popular, governista, disse que se oporá ao impeachment.
O impeachment foi apresentado ao Parlamento por deputados da oposição, que ajudaram a revogar a lei marcial anunciada por Yoon de surpresa no final da noite de terça no horário local de Seul. Em uma votação unânime logo após o anúncio, os 190 parlamentares presentes em uma sessão cercada por militares do comando da lei marcial forçaram o presidente a voltar atrás na sua decisão e restaurar os direitos civis da população.
A população sul-coreana também pede a retirada de Yoon da presidência, seja por um impeachment ou pela renúncia, com protestos desde a madrugada de terça para quarta. Caso o presidente Yeol sofra o impeachment ou renuncie, uma nova eleição será convocada e realizada em até 60 dias, segundo a lei sul-coreana.
Protestos no palácio presidencial
Com cartazes e cantos com palavras de ordem, milhares de manifestantes marcharam até o gabinete presidencial em Seoul, na noite de quarta-feira (manhã de quarta, no horário de Brasília), pedindo a renúncia do presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol.
O movimento se uniu à pressão da oposição do país para o impeachment do chefe do Executivo, protocolado nesta quarta-feira (04).
A manifestação começou com uma concentração na Praça Gwanghwamun e pessoas acendendo velas e logo rumou em direção ao escritório presidencial, no distrito de Yongsan, centro de Seul. No entanto, a marcha foi bloqueada por um cordão policial.
O presidente Suk Yeol surpreendeu o país ao impor a lei marcial na noite de terça-feira (no horário local). A medida ocorreu em meio a uma crise política e frustrações do chefe do Executivo com a oposição, alegando que era preciso eliminar “forças antinacionais pró-Coreia do Norte”, porém sem entrar em detalhes.
Seis partidos de oposição ao governo na Coreia do Sul apresentaram nesta quarta-feira (4) um pedido de impeachment contra o presidente Yoon Suk Yeol após a crise gerada pelo decreto de lei marcial, que restringe direitos civis, informou a agência de notícias Associated Press. Horas após o decreto, o presidente recuou e revogou a medida ainda na terça-feira.
Segundo a agência, para que o impeachment seja seja bem-sucedido é necessário o apoio de dois terços do parlamento, que tem maioria da oposição, além da aprovação de pelo menos seis juízes do Tribunal Constitucional.
O pedido, apresentado nesta quarta-feira, poderá ser colocado em votação na sexta-feira (6), de acordo com o deputado do Partido Democrático, o principal da oposição, Kim Yong-min, informou a AP.
Conforme a agência coreana Yonhap, o pedido de impeachment foi assinado por 191 legisladores da oposição, sem o apoio de qualquer parlamentar do partido governista.
Por conta da crise, os principais assessores e secretários de Yoon ofereceram suas renúncias coletivamente, e membros do gabinete, incluindo o ministro da Defesa, Kim Yong Hyun, também enfrentam pedidos para deixarem seus cargos.
As renúncias foram entregues em meio à crise gerada pelo decreto de lei marcial. A revogação do decreto ocorreu depois que os deputados da Assembleia Nacional votaram para banir a medida.