Quinta-feira, 09 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 29 de setembro de 2021
Investimentos globais em companhias que produzem carne em laboratório cresceram quase 40% este ano, segundo um levantamento da FAIRR Initiative, uma coalizão internacional de grandes investidores com US$ 40 trilhões em ativos sob gestão.
Os aportes nessas empresas que tentam substituir a proteína de origem animal passaram de US$ 366 milhões em todo o ano de 2020 para US$ 506 milhões apenas no primeiro semestre de 2021.
Na semana passada, o ator norte-americano Leonardo DiCaprio decidiu investir em duas start-ups que desenvolvem carne a partir de células animais, Aleph Farms e Mosa Meat.
“Uma das formas mais eficazes de combater a crise climática é transformar nosso sistema de alimentação”, comentou o artista em um comunicado conjunto das duas empresas.
Os dados da FAIRR Initiative mostram que a criação de alternativas para o consumo de carne bovina é a grande aposta dos maiores investidores do mundo, considerando os impactos da pecuária nas mudanças climáticas e a necessidade de adequação das empresas do setor às metas de redução de carbono globais.
30% das emissões de carbono
Para Maria Lettini, diretora executiva da FAIRR Initiative, o ritmo atual de descarbonização no sistema alimentar global não é suficiente para cumprir a meta do Acordo de Paris de aumento da temperatura média global de no máximo 1,5º C.
Nos Estados Unidos, segundo o relatório, a comida é responsável por até 30% das emissões de carbono das famílias, sendo que produtos de origem animal, incluindo carnes bovina, suína e frango, além dos laticínios, correspondem a quase 75% dessas emissões.
“A forma como consumimos precisa mudar. E o papel da carne cultivada não é necessariamente substituir esses alimentos, mas oferecer outra opção, diversificar nossas fontes de proteína”, disse Lettini ao jornal O Globo.
O preço das carnes de laboratório, no entanto, ainda é um desafio, explicou Jo Raven, gerente sênior de Pesquisa e Engajamento da FAIRR Initiative.
Produzidos através da cultura de células animais in vitro, com o uso de um biorreator para replicar a estrutura do tecido celular da carne, esses produtos demandam tecnologia e insumos que, com baixa demanda, custam caro.