Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Bloqueio do Telegram deixa ucranianos na mão

Além de um claro atentado à liberdade de expressão assegurada em cláusula pétrea da Constituição, a decisão do ministro Alexandre de Moraes de bloquear acesso ao Telegram deixou na mão os milhares, diplomatas e pelo menos 894 refugiados ucranianos resgatados pelo Brasil, no voo da FAB, e têm no aplicativo a única forma de se comunicar e receber notícias de familiares vítimas da guerra na Ucrânia. Naquela região, o Telegram é o aplicativo predominante na população.

Mordaça no Zelensky

O presidente Volodymyr Zelensky tem canal no Telegram, que usa para se comunicar com os ucranianos. Exceto, agora, os que estão no Brasil.

Imediatamente

Torres disse que vai concentrar esforços do MJ para encontrar forma de restabelecer direito de “usar a rede social que bem entenderem”.

Bye, bye, prevenção

Também foram afetados pela censura os que se informavam no aplicativo sobre chuvas fortes e riscos de deslizamento.

Bem acompanhado

Com bloqueio do xerife Moraes, o Brasil finalmente se junta a regimes autocráticos como China, Irã, Cuba, Belarus, Azerbaijão, etc.

Desde 2020, multiplicaram eleitores que não irão votar

Estudo da Neocortex Data Experts, que analisou as pesquisas eleitorais para presidentes da República no Brasil desde 2019, aponta que a proporção de eleitores brasileiros que não devem votar nas eleições de outubro tem aumentado nos últimos anos. Entre 2020, quando muitos eleitores admitiam que não pretendiam votar, e 2022, esse grupo de eleitores cresceu quase dez vezes. Atualmente, em média, cerca de 10% não devem votar, segundo se verifica nas pesquisas estimuladas.

Proporção real

As eleições de 2018 bateram o recorde de ausências de 1998: mais de 20,3% se abstiveram, quase 30 milhões dos 147 milhões de eleitores.

Quase abstenção

Os votos brancos e nulos também estão crescendo. Entre 8% e 10% dos eleitores devem anular os votos, ou deixá-los em aberto.

Pesquisas analisadas

A Neocortex estudou os levantamentos nacionais para presidente do Atlas, DataFolha, FSB, PoderData, IPEC, Paraná Pesquisas e Quaest.

Esqueceu de mim

Alckmin informou nas redes sociais o que todo mundo já sabia, isto é, a filiação ao PSB. O novo “socialista” formado na Opus Dei ainda parece envergonhado da própria decisão: não citou Lula, seu novo ídolo.

Questão de princípio

A triste decisão de Alexandre de Moraes se baseia em afirmação policial de que “notoriamente” o Telegram, agora proibido no Brasil, não “colabora com autoridades”. Não “colaborou” com ditaduras, faltou dizer.

Brasileiros censurados

O Telegram não é bolsonarista, como deve imaginar o ministro Alexandre de Moraes, e está em 60% dos celulares no Brasil. As maiores vítimas da censura são 18 milhões de brasileiros impedidos de usar o aplicativo.

Erro fatal

Ao receber a Medalha do Mérito Indigenista, nesta sexta (18), Bolsonaro cometeu um erro que muitos acham fatal: colocou um cocar na cabeça. Políticos fogem disso como o diabo da cruz. Alegam que dá azar.

Chutando o balde

Indagada por que a China foi mais ágil divulgando o teor da conversa dos presidentes, a porta-voz Jen Psaki, com a habitual arrogância, agrediu os chineses, acusando-os de fazerem isso “antes de a reunião acabar”.

Bem no Nordeste

O PSDB tenta manter a hegemonia em São Paulo, que governa há 27 anos, e no Nordeste aposta nas candidaturas de Rodrigo Cunha em Alagoas, Raquel Lyra em Pernambuco e Sílvio Mendes no Piauí.

Subindo

Esta semana, o Brasil superou a Itália na vacinação contra a covid-19. O país europeu tem menos de 84% da população com ao menos uma dose de imunizante e o Brasil já está com 84,2% da população com uma dose.

Confusão no horizonte

PT, PCdoB e PV decidiram formar federação partidária, nova invenção que permite os partidos a esperteza de somar seus fundos eleitorais. No DF, até agora, há quatro pré-candidaturas dos três partidos.

Pensando bem…
…a notificação do bloqueio do Telegram deve ter sido feita pelo WhatsApp.

PODER SEM PUDOR

Correção automática

Espirituoso, de inteligência brilhante, o embaixador Marcos Azambuja era diplomata em Buenos Aires quando seu chefe, Azeredo da Silveira, após algumas articulações, foi nomeado ministro das Relações Exteriores do presidente Ernesto Geisel. Levou para o Itamaraty todos os que serviam com ele, exceto Azambuja. O diplomata então se rendeu e pediu audiência a Silveirinha, que logo passou na cara: “Você nunca acreditou em mim, meu caro…” Ele respondeu na bucha, com seu jeito peculiar: “Errei, mas estou aqui para corrigir!”

(Com a colaboração de André Brito e Tiago Vasconcelos)

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