Sábado, 23 de novembro de 2024

Bolsonaristas definem como estratégia de defesa desqualificar Moraes e transformar ex-presidente em vítima

Os bolsonaristas definiram como estratégia de defesa desqualificar o ministro relator do inquérito das milícias digitais, Alexandre de Moraes, para manter os apoiadores do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, mobilizados.

Essa versão será enviada aos bolsonaristas nas redes sociais para difundir a tese de que o ex-presidente é vítima de perseguição pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O ex-presidente Bolsonaro, por exemplo, disse:

“O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”.

Bolsonaro foi indiciado na quinta-feira (21) pela Polícia Federal por três crimes:

– atentado contra o Estado Democrático de Direito;
– tentativa de golpe de Estado; e
– organização criminosa.

Outro indiciado, Alexandre Ramagem foi na mesma linha:

“A base do ordenamento no Brasil passou a ser mesmo a criatividade. STF é a lei. Não importa construção da segurança jurídica”.

Ramagem foi diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo passado e, hoje, é deputado federal pelo PL de Bolsonaro. Aliados do ex-presidente no Congresso fizeram questão de afirmar que o indiciamento já era esperado e que está tudo dentro de uma política de perseguição contra o ex-presidente da República.

O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (PL), afirmou que não há indícios de que algum dos citamos tenham concordado com o plano de golpe de estado orquestrado.

“Não me parece que o presidente Bolsonaro ou Valdemar, em momento algum, tenham concordado com qualquer ideia do tipo. Por enquanto, me parece a construção de uma narrativa que iniciariam objetivando a inelegibilidade e prisão do presidente Bolsonaro, maior adversário de Lula e do governo instalado”, disse ao Globo.

Já o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) postou nas redes sociais a reprodução de uma coluna de opinião dizendo que a PF não demonstra como “conversas e desejos formam um plano coerente de golpe”.

Enquanto o líder do governo no Senado, Otto Alencar (PSD-BA), destacou que o militar obedece ordens de quem está em cima na cadeia de comando.

“A confirmação do óbvio, militar obedece a hierarquia, o comandante e chefe das forças militares é o presidente da República. Uma minoria anti-democrática atendeu ao comando. Que respondam de acordo com a lei, que sirva de exemplo. Alguns generais escureceram o brilho das estrelas que carregam nos ombros ” , disse.

A PF e o STF avaliam que a estratégia de Bolsonaro faz parte do jogo político, mas ressaltam que as investigações estão bem fundamentadas, com depoimentos confirmando que havia em elaboração uma tentativa de golpe no governo passado.

Em sua audiência dessa quinta-feira, por sinal, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, deu novas informações, confirmando a participação de Braga Neto nas reuniões em que foi elaborado um plano para matar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.

Além disso, ele também forneceu dados novos sobre o ex-presidente Bolsonaro, que complicam a vida do seu ex-chefe. As informações são do blog do Valdo Cruz, do portal de notícias G1.

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