Quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 14 de janeiro de 2025
Aliados de Jair Bolsonaro tentam fazer com que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, assine um convite formal a mão endereçado ao ex-presidente brasileiro para a cerimônia da sua posse, em Washington, no próximo dia 20. Essa seria uma espécie de “última cartada” para que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decida pela devolução do passaporte de Bolsonaro para ir à capital americana.
Segundo pessoas próximas do ex-presidente, o filho 02 de Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que acumula o posto de secretário de relações institucionais do partido bolsonarista, fez contatos diretos com o filho de Trump, Donald Trump Jr., para conseguir o documento.
Após a defesa de Bolsonaro apresentar à Corte um e-mail com o convite à posse, Moraes pediu uma comprovação do pedido e repassou a solicitação para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste.
Indiciado por tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro está com o passaporte retido pela Justiça desde fevereiro do ano passado, após operação da Polícia Federal (PF) mirar na preparação de ações antidemocráticas.
Depois que o pedido para ir à posse de Trump foi apresentado pelos advogados de Bolsonaro na semana passada, Moraes afirmou que a solicitação não tinha os “documentos necessários”, já que a mensagem tinha sido enviada por um “endereço não identificado” e “sem qualquer horário ou programação do evento a ser realizado”.
Na segunda-feira (13), a defesa do ex-presidente afirmou a Moraes que o convite para a posse de Trump é o próprio e-mail que foi apresentado.
À colunista Bela Megale, do jornal O Globo, Bolsonaro negou qualquer possibilidade de aproveitar a viagem para deixar o País.
“Eu vim dos EUA pra cá correndo todos os riscos que vocês estão vendo. Não vou me submeter a uma fuga. Eu não vou fugir. Eu fui convidado. O Lula não foi. É um sinônimo de prestígio. O Trump vê em mim uma liderança na América Latina”, disse o ex-presidente.
Por se tratar de um evento diplomático, a tradição americana é a de não convidar pessoalmente chefes de Estado para a posse. O governo dos EUA costuma notificar as embaixadas diretamente sobre a cerimônia, e os países são representados por seus embaixadores. Líderes próximos de Trump, contudo, como o presidente da Argentina, Javier Milei, foram convidados.
Segundo aliados do ex-presidente, como convidado para a assinatura do termo de posse de Trump, Bolsonaro teria direito de levar uma pessoa – neste caso, Michelle, que o representará na cerimônia mesmo em caso de ausência.
Ainda de acordo com pessoas próximas à família, Flávio e Eduardo estão convidados para o jantar posterior à assinatura da posse, na Casa Branca. Michelle, que acompanharia Bolsonaro nas duas cerimônias, também deve ir a este evento. A presença deles é tida como fundamental para reforçar a cooperação da oposição com o governo Trump.