Sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Bolsonaro afirma que “regimes autoritários” precisam “fabricar” inimigos internos e perseguições

O ex-presidente Jair Bolsonaro utilizou uma rede social para comentar a denúncia apresentada contra ele e outras 33 pessoas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), na qual o político do PL é apontado como líder de uma organização criminosa golpista.

Na postagem, Bolsonaro fala em “acusações vagas” e diz que as denúncias que pesam contra ele são “fabricadas”. O ex-presidente também afirma que o “mundo está atento ao que se passa no Brasil”.

“O truque de acusar líderes da oposição democrática de tramar golpes não é algo novo: todo regime autoritário, em sua ânsia pelo poder, precisa fabricar inimigos internos para justificar perseguições, censuras e prisões arbitrárias”, afirma o ex-presidente.

“A cartilha é conhecida: fabricam acusações vagas, se dizem preocupados com a democracia ou com a soberania, e perseguem opositores, silenciam vozes dissidentes e concentram poder”, completa o ex-presidente, citando países com regimes autoritários, como Venezuela, Cuba e Nicarágua.

Na terça-feira (18), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, acusou formalmente Bolsonaro por cinco crimes: liderar organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado. Somadas, as penas máximas previstas para esses crimes podem chegar a quase 40 anos, caso Bolsonaro seja condenado.

Para a Procuradoria-Geral da República, a organização criminosa liderada por Bolsonaro tinha um projeto autoritário de poder. O grupo era composto por diversos militares e aliados políticos do seu governo.

Na terça, a defesa de Bolsonaro já havia comentado a denúncia da PGR. Os advogados manifestaram “indignação” e “estarrecimento” com as acusações formais da PGR sobre a tentativa de golpe. Nessa quinta, em sua primeira declaração pública após a manifestação da PGR, Bolsonaro também afirmou que está com a “consciência tranquila”.

“Não tenho obsessão pelo poder. Tenho paixão pelo nosso Brasil. Ao contrário de alguns poucos aqui, em Brasília, que no momento mandam muito, eu estou com a consciência tranquila. [Eles] nada mais têm contra nós do que narrativas. Todas foram por água abaixo. Investiram pesadamente agora nessa última: golpe”, declarou o ex-presidente em um evento para filiados do PL.

Além de ter sido denunciado pela PGR, Bolsonaro já foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral e não poderá disputar eleições até 2030.

 

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