Domingo, 15 de dezembro de 2024

Braga Netto tem todo direito de presunção de inocência, afirma Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou neste domingo (15) a prisão do general Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, realizada pela Polícia Federal no sábado (14).

Lula afirmou que acredita que Braga Netto tem direito à presunção da inocência, mas que se for culpado deverá responder pelo que fez — se referindo à trama golpista para manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022, e ao plano de assassinar autoridades, que incluía Lula como alvo.

“O que aconteceu nesta semana com a decretação da prisão do general Braga, eu vou demonstrar para vocês que eu tenho mais paciência e sou democrático. Eu acho que ele tem todo direito à presunção da inocência. O que eu não tive, eu quero que eles tenham”, afirmou.

“Todo direito e todo respeito para que a lei seja cumprida, mas se esses caras fizeram o que tentaram fazer, eles terão que ser punidos severamente. Esse país tem gente que fez 10% do que eles fizeram e foram mortos na cadeia”, completou.

O presidente disse também que não se pode aceitar desrespeito à democracia e à Constituição.

“Não é possível a gente admitir que, num país generoso como o Brasil, a gente tenha gente de alta graduação militar tramando a morte de um presidente da República, tramando a morte do seu vice, e tramando a morte de um juiz que era presidente da Suprema Corte Eleitoral”, prosseguiu.

Ele deu a declaração após os médicos anunciarem a alta hospitalar. Lula estava desde o início da semana internado no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, depois de descobrirem um hematoma e ter de passar por uma cirurgia na cabeça.

A previsão inicial era que o presidente voltasse a Brasília na segunda-feira (16), quando estava, inicialmente, prevista a alta. Contudo, a equipe médica informou que ele deverá permanecer em São Paulo pelo menos até quinta (19), quando passará por uma tomografia de controle e reavaliação.

Segundo os médicos, Lula está liberado despachar, mas está impedido, por exemplo, de fazer atividades físicas e de fazer viagens internacionais. O presidente deixou o hospital no início da tarde desde domingo acompanhado da primeira-dama Janja.

Lula afirmou que deve realizar uma reunião ministerial até o final do ano e cogitou voltar à São Paulo apenas para participar do tradicional evento com catadores de material reciclável, mas passará as festas de fim de ano em Brasília.

“Eu tenho reunião ministerial para fazer até o final do ano, tenho que decidir se venho no Natal dos catadores de material reciclável, que eu venho todo ano em São Paulo. Não vou para a praia, vou passar o Natal em casa, o ano novo em casa. E vou tentar obedecer com muito respeito as orientações do médico”, assegurou.

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