Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 3 de junho de 2022
Um tratamento oral experimental para a doença de Alzheimer conseguiu reverter os danos às sinapses cerebrais e proteger os neurônios em um modelo de camundongo, não causando efeitos colaterais em roedores ou macacos. Se melhorado e testado, esse composto, desenvolvido por cientistas da Universidade de Yale, pode se tornar um tratamento para a doença, que ainda não tem cura. Os resultados do estudo foram publicados na revista Science Translational Medicine.
Alzheimer, a forma mais comum de demência, é uma patologia complexa e multifatorial que geralmente aparece após os 65 anos de idade e tem um forte componente genético. Acredita-se que na maioria é causada pela interação de fatores genéticos e meio ambiente. Embora o cenário de tratamento permaneça sombrio para pacientes de Alzheimer, os cientistas progrediram na compreensão de alguns dos fatores genéticos e moleculares da doença. Sabe-se que duas das principais características são o acúmulo de proteínas TAU tóxicas e a destruição gradual das sinapses (conexões) do neurônios, que são a base para as atividades do cérebro.
A pesquisa mostrou que as micróglias, células do complexo imunológico do sistema nervoso, podem trair o cérebro desencadeando a perda de sinapse. Mas por que isso acontece ainda não está claro.
No estudo, Joshua Spurrier e sua equipe em Yale avaliaram o composto experimental BMS-984923, buscando um receptor chamado mGluR5, que tem sido associado à perda sináptica. Graças à ressonância magnética e à tomografia, os pesquisadores observaram pela primeira vez que o composto agiu efetivamente nos receptores mGluR5 nos cérebros de macacos e camundongos testados sem efeitos adversos. Em modelos de camundongos da doença de Alzheimer, o tratamento restaurou a densidade das sinapses e impediu que elas fossem marcadas pela proteína C1Q, o que impediu que fossem engolidas pela micróglia.
Os autores também observaram que os benefícios do BMS-984923 para sinapses durou até um mês após o tratamento, o que pode sugerir que o composto deve continuar a ser examinado em estudos de acompanhamento.
Diagnóstico
No Brasil, há cerca de 1,2 milhão de pessoas com a doença de Alzheimer, segundo dados do Ministério da Saúde. O diagnóstico envolve uma série de exames, mas médicos explicam que a constatação não é inacessível à maioria dos pacientes e exames adicionais, além dos clínicos, só são necessário quando há dúvidas ou se há um desejo do paciente ou da família dele de ter uma confirmação por outro método.