Quarta-feira, 22 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 22 de janeiro de 2025
O Instituto Butantan começou a fabricar as primeiras doses da vacina contra a dengue em São Paulo. A previsão é produzir 1 milhão de doses neste ano e 100 milhões até 2027.
Em dezembro do ano passado, o Butantan concluiu o envio de documentos necessários para a submissão do registro à Anvisa. Em nota, a agência diz que o processo está em fase de submissão de documentos, que é anterior ao pedido de registro, e não há prazo de conclusão.
O Instituto Butantan vem trabalhando há décadas no imunizante. Os cientistas coletaram e acompanharam os dados de 17 mil voluntários no país inteiro. A taxa de eficácia geral foi de 79,6%. E a proteção foi ainda maior para os casos graves da doença: de 89%.
A Butantan-DV é a primeira opção de vacina contra a doença que pode ser aplicada em uma única dose. Ela é tetravalente – com proteção contra os quatro tipos da dengue – e poderá ser aplicada em pessoas entre 2 anos e 60 anos incompletos.
“A vacina Butantan-DV traz dois grandes benefícios demonstrados pelos estudos que a gente fez. O primeiro é uma carapaça de proteção do sistema de defesa, a gente chama esse sistema imune induzido pela vacina, que depois que o Aedes aegypti pica, o mosquito não consegue se multiplicar ali embaixo da pele da pessoa. E o segundo é que, mesmo que isso aconteça, há uma redução muito significativa de desenvolver formas graves da doença”, afirmou Esper Kallás, diretor-técnico do Butantan.
Aprovação pela Anvisa
O Instituto Butantan diz que concluiu em 16 de dezembro de 2024 o envio da última leva de documentos necessários para a submissão do registro da vacina à Anvisa.
Em nota, a agência informou que o processo está em fase de submissão de documentos, que é anterior ao pedido de registro. E não há prazo de conclusão.
Se aprovada, a Butantan-DV será a primeira vacina contra a dengue no mundo em dose única.
“Pioneira no mundo, vacina dose única pra faixa etária mais larga testada até hoje, para as pessoas que tiveram ou não, tiveram dengue, a vacina tem um desempenho muito bom e portanto a gente vê aqui uma vitória da ciência brasileira, uma vitória de uma instituição pública brasileira, mas pendente a aprovação da Anvisa, que a gente aguarda manifestação da agência”, ressalta Esper Kallás.
E conclui: “Quem sabe uma arma muito poderosa no enfrentamento de uma doença que chegou no Brasil ainda na década de 80 e causa problemas de saúde e infelizmente levando pessoas a morrerem da doença até hoje”.
(AG)