Terça-feira, 26 de novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 18 de janeiro de 2023
Desde dezembro o verão chegou e, com ele, as altas temperaturas. E nesta época, os cães podem, literalmente, morrer de calor. Segundo Camilli Chamone, geneticista e consultora em bem-estar e comportamento canino, a maior parte dos donos de cachorros se preocupa com o inverno e se o peludo está passando frio, mas o calor também merece atenção.
“Os cães regulam a temperatura do corpo através da respiração. Eles respiram para eliminar ar quente de dentro do organismo e inspirar ar frio. Porém, dependendo do calor, isso é impossível, pois o ar externo já está muito quente, e assim eles não conseguem resfriar seu próprio corpo”, detalha.
O cuidado precisa ser ainda maior com raças de focinho achatado, como pug, buldogues (francês e inglês), shitzu, lhasa apso e boxer, pois esses cães têm ainda mais dificuldade em regular a temperatura do próprio corpo e podem chegar a um quadro de hipertermia (aumento da temperatura do corpo) em poucos minutos.
Sinais de alerta
Segundo Chamone, o primeiro sinal de alerta em altas temperaturas é o animal ficar muito ofegante, com a língua para fora de forma intensa. O quadro de hipertermia se agrava progressivamente quando a língua muda de cor, passando de rosa para tons arroxeados. “Se o roxo se intensifica, a situação está piorando, com exceção para as raças chow chow e sharpei, pois a língua desses cães já é naturalmente roxa”, complementa.
Depois vem outros sintomas, como engasgo, vômito, diarreia e desmaio. “Neste cenário, o peludo não consegue mais regular a temperatura do corpo sozinho, e seus órgãos passam a ‘cozinhar’ por dentro”, alerta a consultora.
Para evitar a hipertermia, Chamone faz recomendações:
Evitar passeios entre 10h e 16h
“Por serem os horários mais abafados, o asfalto pode até queimar as patas. Ainda assim, não deixe de passear com ele no verão (e em nenhuma outra época do ano). O ideal é ir bem cedinho, ao amanhecer”, reforça.
Deixar a água sempre fresca, em potes
“O cachorro precisa submergir a língua na água para matar a sede; por isso a água é à vontade, em potes largos e de fácil acesso, jamais em bebedouros conta-gotas.”
Não realizar tosas
“O pelo é um isolante térmico, tanto do frio como do calor. A tosa tira essa proteção natural e só traz ainda mais calor ao animal. Se quiser diminuir os pelos, o ideal é aparar com uma tesoura, sem nunca descobrir a pele.”
Ter atenção ao ambiente do cão
“Não é só passeando que o cachorro entra em quadro de hipertermia. Se ele fica na varanda ou no quintal, onde bate sol, ou trancado dentro de casa sem ventilação, ele pode morrer de calor mesmo estando parado.” Por isso, o ideal é mantê-lo em ambientes frescos, à sombra, com ventilador ou ar-condicionado, se não houver vento para refrescar.
Caso o cão esteja muito ofegante, tirar imediatamente de onde ele está e levar para um ambiente fresco.
“Se necessário, molhe-o com água de mangueira, em temperatura ambiente, por exemplo – é uma forma artificial de diminuir a temperatura do corpo rapidamente”, explica.
Se já estiver em quadro grave de hipertermia, buscar ajuda na clínica veterinária mais próxima.
“Depois de molhá-lo para reduzir a temperatura do corpo, tente transportá-lo o mais rápido possível. Nestes casos, minutos fazem a diferença”, registra a consultora.
Ter conhecimento e agir preventivamente podem salvar a vida de um cachorro e proporcionar um verão mais seguro para toda a família.