Sábado, 21 de setembro de 2024

Canabidiol reduz tumor cerebral altamente agressivo e resistente a medicamentos

Um estudo feito por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Augusta, na Geórgia, nos Estados Unidos, constatou que o canabidiol (CBD), um dos princípios ativos da maconha, foi capaz de diminuir, em camundongos, o tamanho de um tumor cerebral altamente agressivo e letal. Após inalarem o composto, os animais passaram a produzir em menor quantidade substâncias que favorecem o crescimento do glioblastoma.

Para simular o câncer cerebral nos ratos, os pesquisadores utilizaram células de glioblastoma modificadas de humanos (adaptadas para os animais), criando o chamado de “glioblastoma ortotópico”, o modelo mais realista possível para o tumor, produzido artificialmente fora do corpo humano.

Após oito dias, a doença já estava ativa e de forma agressiva no cérebro dos animais. No nono dia, a equipe de pesquisadores iniciou o tratamento com doses diárias de canabidiol inalado, enquanto alguns animais receberam placebo, para controlar o trabalho. O experimento teve duração de sete dias e o estudo foi publicado na revista especializada Cannabis and Cannabinoid Research.

Os cientistas observaram uma expressiva diminuição do tamanho do tumor nos exames de imagem feito nos camundongos que inalaram o canabidiol, não visto nos animais que ingeriram placebo.

“Vimos uma redução significativa no tamanho do tumor e também no microambiente tumoral estabelecido pelas células cancerosas, o que inclui vasos sanguíneos e fatores de crescimento diversos que fazem com que ele se espalhe”, explica, em comunicado, Babak Baban, imunologista da Universidade Augusta e um dos autores do estudo.

Atualmente, o tratamento do câncer de cérebro do tipo glioblastoma é feito por cirurgia seguida de quimio e radioterapia. No entanto, os resultados não costumam ser satisfatórios, já que esse tipo de tumor é resistente aos medicamentos.

A ideia dos cientistas é usar o canabidiol – caso seus efeitos benéficos sejam comprovados em mais estudos – em conjunto com o tratamento já empregado em pessoas com diagnóstico de glioblastoma.

Embora a abordagem estabelecida pelos pesquisadores seja facilmente aplicável a humanos, neste momento eles estão olhando principalmente para a resposta biológica do tumor ao canabidiol, disse Martin Rutkowski, neurocirurgião da Universidade Augusta.

“Precisamos desesperadamente de pesquisas e mais tratamentos. O que temos agora não está funcionando muito bem”, disse o neurocirurgião, coautor do estudo.

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