Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 15 de janeiro de 2025
Um thriller erótico, adaptado ao olhar feminino: assim pode ser definido o longa Babygirl, filme com a atriz Nicole Kidman que estreou no celebrado Festival de Veneza em agosto, tem garantido a indicação da atriz para os principais prêmios e chega aos cinemas brasileiros.
No longa, Kidman interpreta uma CEO casada com um diretor de teatro (interpretado pelo ator Antonio Banderas). Por trás de sua aparência de sucesso, ela esconde uma profunda insatisfação sexual. A chegada de um estagiário à sua empresa (Harris Dickinson) provoca a infidelidade e um turbilhão que ameaça sua carreira e sua família.
Instinto
Cenas de sexo explícito abundam no filme dirigido pela holandesa Halina Reijn, que tem apenas três filmes no currículo como cineasta. No Festival de Veneza, ela confessou sua grande admiração pelo veterano Paul Verhoeven, diretor de Instinto Selvagem, de 1992, e um dos seus mentores profissionais.
Babygirl é “um filme criado por meio do olhar feminino, mas isso não significa que não fale também de masculinidade”. “O roteiro fala de feminilidade, masculinidade, poder, controle… Mas também de crises existenciais”, explicou ela na época da estreia.
Novos olhares
Atração Fatal, Instinto Selvagem, 9 Semanas e Meia… o gênero thriller erótico teve seu auge no cinema das décadas de 1980 e1990.
O movimento feminista #MeToo e a chegada de novas diretoras ao mundo do cinema pareciam questionar este aparente domínio do olhar masculino.
As práticas de gravação também mudaram, com o uso agora sistemático nos Estados Unidos de coordenadores de intimidade.
Mas o maior sucesso recente deste tipo de filmes, especialmente entre o público feminino, foi a trilogia Cinquenta Tons de Cinza, com Dakota Johnson e Jamie Dornan. Foi uma história de “sadomasoquismo suave” que surpreendeu os críticos com seu sucesso.
Halina Reijn tenta mudar essa história com Babygirl, mas a personagem de Nicole Kidman mostra que por trás da aparência de controle existe uma grande fragilidade.
Cuarón concentra-se na infidelidade de um ponto de vista temporal. A passagem do tempo também pode dar a impressão de controle, mas essa sensação é muito frágil.
(Estadão Conteúdo)