Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Cápsula com amostras de asteroide que pode atingir a Terra faz pouso bem-sucedido no deserto dos Estados Unidos

Uma cápsula contendo amostras do solo da superfície do asteroide mais perigoso do Sistema Solar pousou com sucesso no deserto do estado americano do Utah, segundo a Nasa (agência espacial americana). Ela foi lançada pela espaçonave Osiris-Rex quando a sonda passou por nosso planeta nesse domingo (24), a etapa final de uma missão que durou sete anos.

As amostras voltaram para a Terra dentro de uma cápsula, para protegê-las durante sua descida à Terra. Segundo a Nasa, não há sinais de danos à estrutura; ela está em perfeito estado.

Os cientistas esperam que o material revele novas informações sobre a formação dos planetas há 4,5 mil milhões de anos, e possivelmente até forneça informações sobre como a vida começou no nosso mundo.

O pouso ocorreu em uma área do deserto de Utah, pertencente ao Departamento de Defesa dos Estados Unidos, às 08h52 (11h52 de Brasília).

Local do pouso

A cápsula levou 13 minutos para atravessar a atmosfera da Terra. Ela tem o tamanho de um pneu de carro e se moveu inicialmente a mais de 12 km/s (43.200 km/h) com um pico de aquecimento superior a 3.000°C.

Mas uma combinação de escudo térmico e pára-quedas permitiu que ela caísse em segurança na planície desértica.

O pára-quedas que ajudou a retardar sua descida se desconectou, mas foi avistado perto do local de pouso.

Descida

A sonda Osiris-Rex deixou a Terra em 2016 para investigar o asteroide Bennu, que tem uma probabilidade muito pequena de atingir o nosso planeta no final do próximo século.

As chances de colisão são, segundo os cientistas da Nasa, de uma em 1.750 nos próximos 300 anos ou mais, e a data que mais os preocupa é 24 de setembro de 2182.

Para se ter uma ideia dessa probabilidade, é o mesmo que jogar uma moeda e obter cara 11 vezes seguidas.

É um risco pequeno, mas que os cientistas estão levando muito a sério, porque o impacto de uma rocha espacial com 500 metros de largura poderia causar uma devastação total numa cidade do tamanho de São Paulo, por exemplo.

Portanto, faz sentido entender a fundo esse asteroide. Se soubermos do que ele é feito, poderemos encontrar maneiras de pará-lo — caso seja necessário.

A espaçonave levou dois anos para alcançar Bennu e outros dois observando a “montanha espacial” antes de fazer uma série audaciosa de manobras para coletar os materiais de sua superfície.

Tudo o que restava, portanto, era trazer essas amostras — cerca de 250g em massa — com segurança para o solo da Terra.

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