Sábado, 22 de fevereiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 15 de fevereiro de 2025
Ela atinge nove em cada dez mulheres, independente de sua forma física ou percentual de gordura. E a verdade é que mesmo sendo uma condição estética praticamente onipresente, até a mulher mais satisfeita com seu corpo diria que preferia não ter celulite. Esse desejo se torna mais intenso no verão, quando as pernas e bumbuns ficam mais à mostra e, em especial, no carnaval. Mas, afinal, é possível reduzir a celulite ou ao menos melhorar sua aparência até lá? Especialistas afirmam que sim, é possível.
“Não dá para acabar com a celulite até o carnaval, mas algumas ações certamente já ajudam a melhorar o aspecto”, diz a dermatologista, Paola Pomerantzeff, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).
A celulite, ou lipodistrofia ginoide, não é uma doença, mas uma manifestação da pele caracterizada pelo acúmulo de gordura sob a pele, o que confere o incômodo aspecto de casca de laranja. Embora seja associada ao corpo da mulher, a celulite não é uma questão exclusivamente feminina. As ondulações na pele também podem acometer os homens, mas em uma proporção infinitamente menor.
E isso não é por acaso. Anatomicamente e fisiologicamente, o corpo feminino é mais favorável à celulite. A disfunção é mediada pelos hormônios, particularmente os estrógenos, que são hormônios femininos. As mulheres têm receptores para esses hormônios no glúteo, posterior de coxa e abdômen. Daí a “preferência” das imperfeições por esses locais, explica o dermatologista Abdo Salomão Junior, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da American Academy of Dermatology (AAD).
Além da questão hormonal, o formato do tecido subcutâneo feminino também favorece o depósito de gordura. Outros fatores que contribuem para o aparecimento da condição são: hereditariedade, má alimentação, sedentarismo, uso de pílula anticoncepcional e tensão emocional. Por isso mesmo, curar a celulite ou impedir completamente seu aparecimento não são uma opção. A boa notícia é que é possível tratá-las.
O tipo de tratamento varia de acordo com o grau das imperfeições. No grau I, as ondulações e furinhos aparecem apenas quando a pele é comprimida. No grau II, essas imperfeições são percebidas sem a necessidade de qualquer compressão. O grau III é marcado por nódulos claramente perceptíveis e no grau 4, além dos nódulos, há inchaço, dor, comprometimento da circulação sanguínea de retorno e pele com aspecto de acolchoado.
Estilo de vida
Mas o que fazer para melhorar a celulite até o carnaval? Os especialistas são categóricos em dizer que é necessária uma combinação de mudanças no estilo de vida com tratamentos estéticos.
“Cuidar dos hábitos de vida, em especial da alimentação, é fundamental. É preciso tomar muita água, evitar carboidrato, em especial farinha branca, gordura saturada, excesso de sal e açúcar e álcool, em especial cerveja”, diz Abdo.
A prática de atividade física aeróbica e de resistência também é fundamental.
“A musculação aumenta a massa magra, o que ajuda a diminuir a celulite”, diz Pomerantzeff.
“Já os exercícios aeróbicos ajudam a emagrecer e também estimulam a circulação e ajudam a deixar a linfa mais fluida, o que contribui para a melhora da celulite”, completa Abdo.
Como exercício aeróbico vale qualquer coisa que eleve a frequência cardíaca, como natação, caminhada rápida, corrida, dança, entre outros.
Diante disso, é preciso dizer que celulites de graus I e II terão melhores resultados com intervenções de curto prazo, como as realizadas até o carnaval, que acontece em três semanas. Mas isso não significa que quem tem os graus mais avançados não deve fazer nada. Pelo contrário. A combinação de alterações no estilo de vida com procedimentos estéticos realizados em consultório podem ajudar muito a melhorar o aspecto de casca de laranja.
Procedimentos estéticos
As alterações de estilo de vida são indicadas e necessárias para todos os tipos de celulite. Mas os procedimentos estéticos mudam de acordo com o grau. Por exemplo, os graus leves, I e II, podem ser beneficiar de aparelhos de radiofrequência, radiação infravermelha e ultrassom. A periodicidade varia de acordo com a potência do aparelho. Alguns podem ser realizados duas vezes por semana, em especial para quem está buscando um resultado mais rápido, enquanto outros demandam maior período entre as sessões, como uma semana ou 15 dias.
Eles atuam aquecendo as camadas profundas da derme, reorganizando ou aumentando a formação de colágeno, o que confere um aspecto mais firme à pele.
“Em termos de tecnologia, para os graus 1 e 2, aquele estético que não tem afundamento, existem aparelhos muito bons para isso. Um deles é uma combinação de rádio-frequência multipolar e sistema pneumático de endermologia. A rádio-frequência multipolar eleva a gordura a 60 graus, o que deixa a linfa fluidificada. Ao mesmo tempo, a endermologia funciona como uma drenagem linfática que empurra para os gânglios linfáticos”, explica Abdo.