Por Redação Rádio Pampa | 2 de janeiro de 2024
Claudia Leitte compartilha sua visão sobre o Carnaval de Salvador, que excede a musicalidade para se tornar um “planeta dos sonhos”. Em uma entrevista exclusiva para a Quem, a cantora revela a intensidade e a magia por trás do evento que a cada ano a leva para uma experiência renovadora.
“O Carnaval é mais do que uma festa, é uma vibe poética e lúdica. Todos se unem na mesma frequência, vibrando com a mesma energia, seguindo o mesmo fluxo e propósito”, compartilha Claudia. Para ela, o encanto não acaba quando a festa termina, mas a sensação de “Meu Deus, já foi!” é seguida pelo alívio de saber que haverá mais no próximo ano.
Após à pandemia, Claudia destaca a importância ainda maior do Carnaval. “Ganhou um valor ainda mais especial. Espero que isso nunca acabe. Além de ser uma explosão cultural, movimenta a grana na cidade. A galera aqui é sortuda demais por ter uma festa desse tamanho”, diz ela sobre Salvador.
Ao citar a riqueza cultural do povo baiano, Claudia se orgulha: “O povo baiano é maravilhoso, rico culturalmente. A gente é lindo, modéstia à parte, e a gente é enriquecido no Carnaval”. Para a artista, a festa é como um “superpoder” que impulsiona tudo, indo além do entretenimento, tornando-se a realização de um sonho a cada ano.
“Na minha visão, minha mente é como uma festa constante, e qualquer coisa cabe na célula baiana, na essência rítmica da Bahia de “Sai Até”. Se você inserir e incluir Beatles, se encaixa na música da Bahia. A musicalidade aqui é incrivelmente rica. Hoje, compreendendo que sou uma pessoa com TDAH [Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade], percebo que Deus me fez para isso, porque é onde coloco minha energia e foco intensos. Desenvolvo meu repertório com base na minha própria história de vida. Quando estou lá em cima, é uma verdadeira festa, onde canto de tudo, desde Led Zeppelin até “Atirei o pau no gato”. É bem divertido. Tudo depende muito do contexto e do momento, pois o público está sempre se renovando”, conta a cantora sobre a diversidade do Carnaval.
Ao longa da entrevista, Claudia Leitte menciona a grande logística do Carnaval, destacando a inovação dos trios elétricos. “Temos uma inovação incrível, que é o trio elétrico. Ele se move ao longo de sete quilômetros, com até congestionamentos causados por outros blocos, já que temos uma multidão nos seguindo. Portanto, há uma organização meticulosa para garantir que a festa aconteça. É uma responsabilidade e tanto. Quando estamos lá, seguimos um padrão à la Disney. Eu me orgulho muito do Carnaval da Bahia, é algo impressionante. São sete horas de música ininterrupta, uma após a outra. Vou sentindo a mudança do público e me ajustando”, explica.
Por fim, Claudia Leitte revela a importância da preparação física e vocal para enfrentar as sete horas ininterruptas de apresentação. “Eu não gosto de malhar, mas quando eu malho eu sinto uma sensação ótima, porque sei que isso beneficia meu desempenho no palco. Então, concentro-me em manter o ritmo sem parar, respirar para cantar e preservar minha afinação enquanto pulo e danço. Diariamente, durante os períodos de festa, faço exercícios para fortalecer os músculos e melhorar minha performance vocal, e isso tem um impacto maravilhoso. Não posso dizer que a malhação me proporciona prazer. Amar é uma palavra forte, mas como cantora, amo cantar, e meu prazer verdadeiro está em colher os benefícios dessa prática, como a saúde”, inicia.
“A fonoaudiologia é essencial, e minha fonoaudióloga, com quem estou há 20 anos, é o amor da minha vida. Mesmo detestando a expressão “entrar no micro-ondas” antes de subir ao palco, onde ela sugere aquecimento vocal, respeito o processo. O alongamento é crucial, pois aquece a laringe, pois as pregas vocais são músculos, e há uma conexão entre os músculos do corpo e os da laringe. É aí que o juízo começa a funcionar, e eu sigo malhando, fazendo tudo direitinho. Parece que sou disciplinada, mas, na verdade, é só um respeito profundo pelo que faço. Só isso”, finaliza Claudia Leitte.
