Quarta-feira, 20 de novembro de 2024

“Coisa de gângster”, diz ministro da Secretaria-Geral da Presidência sobre plano de militares presos pela Polícia Federal

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, classificou como “muito grave” o suposto plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que veio à tona nessa terça-feira (19) em uma operação da Polícia Federal. “Coisa de bandido, de gângster, de máfia”, disse.

Foram presos por suspeita de envolvimento quatro militares das Forças Especiais do Exército, os chamados “kids pretos”, e um policial federal. Macedo disse que soube do caso pela imprensa e ainda não conversou com Lula sobre o tema.

“O que ouvi na imprensa é muito grave: são agentes de Estado que atentam contra o Estado Democrático de Direito, contra a democracia. Agente de Estado planejar um assassinato de um presidente, de um vice-presidente eleito, e de um ministro do Supremo é coisa de bandido, de gângster, de máfia”, afirmou, ao conversar com jornalistas no segundo dia da cúpula dos chefes de Estado do G20.

Caso as informações sejam confirmadas, defendeu, isso tem que ser combatido com o rigor da lei. “Aqueles que cometeram os crimes de 8 de janeiro e esses que planejaram [o atentado], se for verdade, têm que ser combatidos com o rigor da lei”, disse.

Reação

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues, comunicou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre operação dessa terça e sobre o plano para matá-lo após vencer as eleições de 2022. Segundo o diretor-geral, a reação de Lula foi de “surpresa e indignação”.

“Comuniquei ao presidente, por volta das 6h30, após o cumprimento das medidas, dada a gravidade dos fatos e as ameaças à sua vida e ao vice-presidente. Também comuniquei ao Alckmin. Reação do presidente foi de surpresa e indignação”, disse Andrei.

As investigações da Polícia Federal sobre uma suposta trama golpista identificaram que o grupo alvo de operação da Polícia Federal previa o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno no comando de um “gabinete de crise”. Documentos apreendidos pelos investigadores apontam que a ideia era que esse gabinete fosse formado depois que o plano de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fosse executado.

Um dos documentos relacionados ao general da reserva Mário Fernandes, que foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro, diz respeito a uma minuta de instituição de um “Gabinete Institucional de Gestão da Crise”.

“Conforme se observa, o general Heleno seria o chefe de gabinete, tendo como coordenador-geral o general Braga Netto. Logo abaixo dos dois mais importantes, o próprio general Mário e o coronel Élcio fariam parte da assessoria estratégica”, diz o documento, que lista outros nomes militares de menor patente que fariam parte do gabinete.

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