Domingo, 22 de dezembro de 2024

Colesterol: é possível escapar das estatinas tomando suplementos?

As estatinas são um dos medicamentos mais prescritos atualmente, tomados por aproximadamente um em cada quatro adultos com 40 anos ou mais nos Estados Unidos. Elas são usadas para diminuir o colesterol e reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Os cardiologistas são esmagadoramente a favor das estatinas, que são apoiadas por quatro décadas de investigação e são consideradas seguras e eficazes. No entanto, alguns pacientes relutam em tomá-las.

As alegações estão relacionadas a possíveis efeitos colaterais, como dores musculares ou aumento do risco de desenvolver diabetes, ou pela preferência de tentar reduzir o colesterol sem tomar medicamentos prescritos. Como resultado, muitas pessoas recorrem a suplementos de venda livre, como estanóis e esteróis vegetais (também chamados de fitoesteróis), arroz vermelho fermentado, niacina, fibras e ômega-3.

Estudos descobriram que, embora esses suplementos possam reduzir ligeiramente o colesterol, eles não são tão poderosos quanto as estatinas. Também há poucas evidências de que esses suplementos reduzam o risco de ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral – o objetivo final no tratamento do colesterol elevado.

“Eles não alcançam a redução percentual que você pode obter com o uso de estatinas e outros medicamentos”, diz Joseph Yeboah, professor associado de cardiologia da Escola de Medicina da Universidade Wake Forest.

Num estudo publicado em janeiro no The Journal of the American College of Cardiology, por exemplo, os pesquisadores distribuíram aleatoriamente quase 200 adultos com risco aumentado de doença cardiovascular para um dos oito grupos de tratamento: um que tomou uma dose baixa de estatina, outro que recebeu placebo e seis outros grupos que tomaram óleo de peixe, canela, açafrão, alho, fitoesteróis ou suplementos de arroz com fermento vermelho, todos alegando reduzir o colesterol ou melhorar a saúde do coração.

Após quatro semanas, as pessoas que tomaram estatinas reduziram os níveis de colesterol LDL (o colesterol ruim) em 38%, em média.

Quais as alternativas?

Arroz vermelho fermentado: Foi demonstrado que ele reduz os níveis de LDL em até 15 a 25% (embora o estudo de Nissen tenha mostrado um benefício muito menor). Tem como alvo a mesma via no fígado que as estatinas, mas não na mesma extensão. Como resultado, os especialistas recomendam tomar a estatina, especialmente porque a Food and Drug Administration (FDA, agência regulatória americana, semelhante à Anvisa) não avalia a segurança ou consistência dos suplementos.

Suplementos de fibra: visam replicar os benefícios cardiovasculares de dietas ricas em fibras solúveis, encontradas na aveia, cevada, legumes e frutas. Mas pesquisas sugerem que a fibra solúvel – proveniente da dieta ou de suplementos – pode reduzir os níveis de colesterol LDL em apenas 5 a 10%.

Fitoesteróis: são compostos vegetais encontrados naturalmente em óleos vegetais, nozes e sementes, legumes, frutas e vegetais. Estudos descobriram que os fitoesteróis – novamente, provenientes da dieta ou de suplementos – podem reduzir o colesterol LDL em 6 a 12%.

Ácidos graxos ômega-3: podem reduzir os níveis de triglicerídeos (outro tipo de gordura que circula na corrente sanguínea), mas são menos benéficos para o colesterol. Mais importante ainda, várias metanálises não encontraram evidências de que os ácidos graxos ômega-3 reduzissem o risco de doenças cardiovasculares.

Vitamina B3: também demonstrou melhorar os níveis de triglicerídeos e colesterol HDL (ou “bom”) em 15 a 30%, mas os benefícios para os níveis de LDL são mais modestos – menos de 10%. Dois grandes estudos descobriram que, quando tomada juntamente com estatinas, a niacina não reduziu ainda mais o risco de doenças cardiovasculares nas pessoas.

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