Segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Com Lula e sem a presença do presidente da Argentina, o Mercosul incorpora a Bolívia

Em Assunção, no Paraguai, a 64ª reunião de cúpula do Mercosul nessa segunda-feira (8) teve como destaque a incorporação da Bolívia como sexto membro pleno do bloco, bem como a passagem da presidência temporária do grupo do Paraguai para o Uruguai.

Assinado em Brasília, em julho de 2015, o Protocolo de Adesão da Bolívia entrará em vigor dentro de 30 dias. A partir de então, a Bolívia adquirirá a condição de Estado Parte e participará, com todos os direitos e obrigações, do Mercosul.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nessa segunda-feira (8) – durante a reunião de cúpula do Mercosul, em Assunção, capital do Paraguai – que “não há atalhos para a democracia”, ao mencionar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro no Brasil e a tentativa de golpe na Bolívia.

Em contraponto, o presidente brasileiro afirmou que é preciso estar vigilantes para o que chamou de “falsos democratas”.

Lula atribuiu a manutenção da democracia na Bolívia à firmeza do governo boliviano, à mobilização do povo, e ao rechaço da comunidade internacional.

“O Mercosul permaneceu mais uma vez unido em defesa da plena vigência do Estado de Direito consagrado no Protocolo de Ushuaia. A reação unânime ao 26 de junho na Bolívia e ao 8 de janeiro no Brasil demonstram que não há atalhos à democracia em nossa região, mas é preciso permanecer vigilantes. Falsos democratas tentam solapar as instituições e colocá-las à serviço de interesses reacionários”, disse Lula.

“Democracia e desenvolvimento andam lado a lado. Os bons economistas sabem que o livre mercado não é uma panaceia para humanidade”, prosseguiu o presidente.

O bloco sul-americano é composto por Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai e deve formalizar a entrada da Bolívia. Ao fim da reunião, o Uruguai assume o comando semestral do grupo.

A cúpula ocorreu sem a presença do presidente da Argentina, Javier Milei, o que causou desconforto nos demais integrantes do Mercosul, já que os presidentes não costumam faltar aos encontros semestrais do bloco.

No entanto, a chanceler argentina, Diana Mondino, representou Milei na cúpula de chefes de Estado.

Na véspera da cúpula, Milei esteve em Santa Catarina para um encontro de conservadores, quando esteve com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foi a primeira viagem do presidente argentino ao Brasil, que até o momento não teve uma agenda de trabalho com Lula.

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