Sábado, 01 de março de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 28 de fevereiro de 2025
Boletim divulgado nesta semana pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural e Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural (Emater-Ascar) informa que o cultivo de soja no Rio Grande do Sul avança para as fases finais do ciclo. Em algumas áreas, a colheita já foi iniciada e atinge pouco menos de 1% da área total plantada. O estágio de enchimento de grãos é predominante (56%) e ao menos 12% das lavouras estão em maturação, 25% em floração e 6% em germinação e desenvolvimento vegetativo.
A produtividade inicial está menor que a estimada, com média de 3.179 quilos por hectare em uma área de cultivo estimada em 6.811.344 hectares. No momento, a Emater-Ascar realiza um levantamento nos municípios produtores, a fim de fazer uma nova estimativas das culturas de verão, com divulgação durante a 25ª Expodireto Cotrijal (dia 11 de março, na cidade gaúcha de Não-Me-Toque).
“Apesar das chuvas generalizadas nos dias 16-17 fevereiro e isoladas nos dias subsequentes, a situação das lavouras varia de acordo com os volumes pluviométricos registrados, a capacidade de infiltração e a retenção de água dos solos, além das condições climáticas predominantes durante o plantio”, detalha o site emater.tche.br.
Em grande parte do Estado, a irregularidade das chuvas e as temperaturas elevadas temperaturas têm causado a morte prematura das folhas do terço inferior. Ocasionam, ainda, a queda de vagens e formação heterogênea dos grãos (normais e subdesenvolvidos), mesmo na ausência de sinais visíveis de murchamento foliar.
A configuração da planta se caracteriza por uma haste principal com entrenós mais curtos, menor emissão de ramos laterais e concentração foliar no terço superior, de folhas mais estreitas e alongadas.
Em áreas mais afetadas pela estiagem, como no Centro-Oeste gaúcho, observa-se a ausência de fechamento das entrelinhas e predomínio de haste única nas plantas, ou seja, sem ramificações laterais.
Já onde as chuvas foram mais expressivas (predominantemente na porção Leste do mapa do Rio Grande do Sul), as lavouras apresentam potencial produtivo satisfatório. Demandam, entretanto, maior umidade para uma completa formação dos grãos.
Milho
A colheita do milho avançou, atingindo 64% da área cultivada. A produtividade se mantém satisfatória, apesar da insuficiência de chuvas em etapas intermediárias do ciclo. Para a safra 2024-2025, a Emater-Ascar estima o cultivo de 748.511 hectares, com produtividade média de 7.116 quilos por hectare.
Os efeitos da carência de chuvas em janeiro e fevereiro tendem a se manifestar com maior intensidade em cultivos semeados em novembro e meados de dezembro, os quais estão em fase de floração e enchimento de grãos (14% da área total).
As lavouras implantadas tardiamente, que ainda estão em fase vegetativa (5% da área), devem se recuperar devido à reposição de umidade no solo. Mas serão necessárias precipitações regulares para sustentar o potencial produtivo.
Milho silagem
Já a colheita do milho para silagem avançou, chegando a 72%. A produtividade é considerada satisfatória, próxima à previsão inicial. Para a safra 2024-2025 no Estado, a Emater-Ascar projeta um cultivo de 357.311 hectares, com produtividade média é de 39.457 quilos por hectare.
Restam as lavouras em maturidade fisiológica e aptas ao corte (7%). Essas atingem 6% em enchimento de grãos, 3% em floração e 12% em desenvolvimento vegetativo, incluindo os plantios recentes de safrinha. As chuvas no período favoreceram a formação de biomassa foliar nas semeaduras tardias e beneficiaram as lavouras em enchimento de grãos.
(Marcello Campos)