Terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 23 de dezembro de 2024
As confraternizações de fim de ano são momentos especiais para reunir a família, mas para aqueles que convivem com idosos com Alzheimer, esses encontros podem vir acompanhados de desafios, como a teimosia, que muitas vezes se manifesta nessas ocasiões.
Em conversa com o Terra Você, a médica geriatra Simone de Paula Pessoa Lima, da Saúde no Lar, explica que “a teimosia em idosos com Alzheimer é, na maioria das vezes, reflexo de dificuldades cognitivas, confusão ou medo, e não de uma resistência consciente.”
Como agir?
É essencial entender que insistir ou confrontar diretamente o idoso pode intensificar o conflito. Estratégias como redirecionar o foco da situação que está causando resistência e apresentar opções limitadas ajudam a evitar atritos. “Simplifique as escolhas, evitando perguntas abertas e respeite os sentimentos do idoso, validando sua perspectiva, mesmo que não corresponda à realidade”, orienta Simone.
Além disso, é importante considerar o impacto das celebrações no bem-estar do idoso. Eventos noturnos, por exemplo, podem desorganizar a rotina de sono, potencializando episódios de irritação ou confusão. “Avalie sempre se o idoso, na sua atual condição de saúde, irá aproveitar o momento da confraternização ou se está sendo levado porque antes da doença ele gostava”, sugere a geriatra.
Comunicação eficaz
A comunicação clara e empática é essencial ao lidar com idosos com Alzheimer. Segundo Simone, “use frases curtas, fale devagar e mantenha contato visual, sempre com um tom de voz calmo.” Também é importante evitar correções diretas, que podem causar frustração, e complementar a fala com gestos ou objetos que reforcem a mensagem.
Identificar sinais de cansaço ou irritação é outro ponto fundamental. “Oferecer momentos de pausa ou descanso pode prevenir situações de estresse e melhorar a convivência durante o evento”, acrescenta.
Planejamento
Incluir o idoso nas comemorações de fim de ano requer sensibilidade e ajustes no planejamento. Ambientes com muitas pessoas, sons altos ou luzes intensas podem gerar desconforto. “Manter a companhia de um familiar próximo é essencial para oferecer segurança e minimizar a confusão”, destaca a médica.
Elementos familiares, como músicas, objetos ou pratos preferidos, também ajudam o idoso a se sentir mais à vontade. Por outro lado, mudanças bruscas na rotina devem ser evitadas. “Manter os horários habituais, como os das refeições e do sono, proporciona estabilidade e conforto”, conclui Simone.
Com empatia, paciência e adaptações simples, é possível criar um ambiente acolhedor que permita ao idoso com Alzheimer participar das confraternizações de forma tranquila e segura, garantindo momentos especiais para toda a família. As informações são do portal de notícias Terra.