Quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Conta de luz terá alta em julho, após dois anos de bandeira verde, com cenário de escassez de chuvas

As contas de luz terão bandeira tarifária amarela em julho pela primeira vez desde abril de 2022, com custo de 1,885 real a cada 100 kW/h consumidos, informou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nessa sexta-feira (28).

A medida foi tomada em razão da previsão de chuvas abaixo da média até o final do ano, em cerca de 50%, reduzindo as perspectivas para reservatórios de hidrelétricas no País, e pela expectativa de crescimento da carga e do consumo de energia no mesmo período, de acordo com a agência.

“Esse cenário de escassez de chuvas, somado ao inverno com temperaturas superiores à média histórica do período, faz com que as termelétricas, com energia mais cara que hidrelétricas, passem a operar mais”, disse a Aneel em nota.

A Aneel destacou que, com o sistema de bandeiras, o consumidor consegue fazer escolhas de consumo que contribuem para reduzir os custos de operação do sistema, reduzindo a necessidade de acionar termelétricas.

Bandeiras

Desde sua implementação, as bandeiras tarifárias se tornaram um indicador crucial para os consumidores brasileiros, alertando sobre as condições de geração de energia e seus reflexos diretos nas tarifas de eletricidade. Criadas pela Aneel, essas bandeiras funcionam como um sistema de sinalização que informa mensalmente se o custo de produção de energia está mais alto que o usual e qual o impacto disso na conta de luz.

No cenário brasileiro, dominado em grande parte pela geração hidrelétrica, as condições climáticas desempenham um papel crucial. Quando os reservatórios das hidrelétricas estão em níveis mais baixos devido à falta de chuvas, como observado recentemente, há uma necessidade maior de acionar usinas termelétricas, que são mais caras de operar. Esse aumento nos custos de produção é refletido nas bandeiras tarifárias.

O sistema é composto por três cores principais: verde, amarela e vermelha (esta última com dois patamares, vermelha – patamar 1 e vermelha – patamar 2). Cada cor indica uma condição de custo de geração de energia:

* Verde: condições favoráveis de geração de energia, com custos dentro da expectativa.

* Amarela: sinal de alerta. Indica um acréscimo no custo de geração de energia, normalmente devido a condições climáticas desfavoráveis ou aumento na demanda.

* Vermelha – Patamar 1: condição mais grave. Representa um custo ainda maior na geração de energia, indicando a necessidade de medidas adicionais para garantir o abastecimento.

* Vermelha – Patamar 2: situação crítica. O custo de geração está muito elevado, geralmente devido à utilização intensiva de termelétricas. Neste caso, a cobrança adicional é ainda maior em relação ao patamar 1.

A principal função das bandeiras tarifárias não é apenas informar os consumidores sobre os custos atuais, mas também incentivar práticas de consumo mais conscientes. Quando a bandeira está amarela ou vermelha, por exemplo, é um convite para que os consumidores reduzam o consumo nos horários de pico, contribuindo para diminuir a pressão sobre o sistema elétrico e, consequentemente, sobre os preços.

Antes da introdução das bandeiras tarifárias, os custos adicionais de geração de energia eram repassados aos consumidores apenas nos reajustes anuais das tarifas, o que não fornecia um sinal imediato sobre o custo real da energia naquele momento.

 

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