Domingo, 08 de setembro de 2024

Crescimento da zona do euro vem sendo “anêmico” e abaixo das expectativas desde 2008

Diante dos efeitos defasados do aperto monetário, da persistência da inflação, dos riscos geopolíticos e da crise energética – que poderá ganhar força com a chegada do inverno europeu –, a Europa está vendo uma desaceleração em diversos setores econômicos. Com crescimentos modestos, analistas destacam que a zona do euro e o Reino Unido devem enfrentar uma recessão branda, mas persistente.

O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro caiu 0,1% no primeiro trimestre, na comparação com o anterior, de acordo com a terceira estimativa do dado, publicada dia 8, pela agência oficial de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. Além disso, o PIB do quarto trimestre de 2022 foi revisado, de estabilidade ante o terceiro trimestre para uma queda de 0,1%. Com isso, os números mostram recessão técnica na zona do euro no período, com queda no PIB em dois trimestres consecutivos.

Após apresentar duas contrações trimestrais seguidas no PIB, a Alemanha foi o primeiro país do G7 a entrar em recessão técnica. E, de acordo com o Commerzbank, segundo maior banco comercial do país, a fraqueza da atividade deverá continuar no segundo semestre deste ano.

Apesar de, até o momento, a Alemanha ser o único país da zona do euro a registrar duas contrações trimestrais seguidas do PIB, ele não deve ser o último, segundo analistas. Com crescimentos mais modestos, outras economias vêm flertando com o território negativo, ficando perto da estabilidade ou apresentando quedas do PIB na comparação entre trimestres.

Para o professor André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online (empresa que realiza transferências internacionais), o crescimento da zona do euro vem sendo “anêmico” e abaixo das expectativas desde 2008, mesmo quando as taxas de juros estavam próximas ou igual a zero. Agora, com o aumento do aperto e diante de uma população “desacostumada” a juros altos, junto a uma inflação alta, a situação deverá apertar ainda mais para a região. “A Alemanha entrar em recessão técnica é um prenúncio de uma desaceleração mais forte de outros parques industriais europeus, como França e Itália”, diz.

Galhardo prevê que a crise econômica que deverá ocorrer na zona do euro será branda, porém crônica, e que será difícil sair dessa posição. “Acho que todos os países da zona do euro estão expostos de modo geral, mas certamente a Espanha também tem um risco, assim como Estônia, Lituânia… É um risco generalizado.”

Reino Unido

Fora da zona do euro, mas seguindo a situação europeia, o Reino Unido escapou do cenário de recessão após crescer 0,1% no quarto trimestre de 2022, após ter tido contração de 0,3% no terceiro trimestre. A avaliação, segundo o último relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), é a de que o país evite uma recessão e consiga um crescimento de 0,3% em 2023.

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