Sábado, 21 de dezembro de 2024

Dada a falta de aviões, a empresa aérea Gol deve fechar o ano com 89% da capacidade da pré-pandemia

O presidente da aérea Gol, Celso Ferrer, destacou que o cenário para entrega de aviões continua complexo e provocou mudanças na oferta de assentos no mercado brasileiro. Com menos aviões, a empresa espera fechar 2023 com 89% da oferta de assentos de 2019 – antes dos efeitos da pandemia. Menos oferta tende a jogar contra o consumidor, que deve continuar sofrendo com passagens mais caras.

“O maior desafio que a gente enfrenta, e que é global para todas as aéreas, é que vemos que as fabricantes de aviões e de peças não estão conseguindo produzir no tempo necessário para entregar o que a indústria precisa”, disse, durante o Gol Day, evento para analistas e investidores, na manhã dessa quinta-feira (14).

Ferrer destacou que a empresa esperava fechar o ano com 53 aviões 737 Max na frota, mas que por causa dos atrasos o grupo conseguiu receber apenas 38.

“Estávamos contando com esses aviões. Quanto menos a gente recebe, mais pressão a gente tem com a manutenção das turbinas dos outros aviões (deveriam ter sido retornados). Como não recebemos os Max, criamos dois problemas: menos capacidade e mais pressão em manutenção”, disse.

Ferrer destacou ainda que a Gol, mesmo com menor oferta, conseguiu um incremento de 16% na receita no comparativo ano a ano com 2022. O CEO atribui esse crescimento às diversas frentes de atuação da empresa: Gollog, Gol Aerotech, Smiles, VoeBiz e Smiles Viagens.

“Nossos programas de fidelidade Smiles e VoeBiz, assim como a Gollog, estão crescendo de forma mais acelerada que a própria companhia aérea e gerando receita para o grupo”, afirmou.

Carla Fonseca, CEO da Smiles e vice-presidente da Gol, destacou que as vendas estão evoluindo bem mesmo com os desafios operacionais. No total, as vendas no terceiro trimestre deste ano foram 39% superiores a igual período de 2019, mesmo com 10% menos capacidade.

Frota

Principal dor da Gol Linhas Aéreas no momento, a frota da aérea foi objeto de apresentação do diretor de operações da companhia, André Cruz.

A frota atual da empresa é de 136 aeronaves, mas 20 delas estão inativas, então a aérea está operando com 116 aviões. Para 2024, a intenção é ter 127
aeronaves ativas, acréscimo de onze em relação a este ano. Até 2028, a meta é ter 140 aeronaves, sendo 80% delas pertencente à categoria Max da Boeing.

A Gol está com pedidos pendentes para 103 novas aeronaves.

“Um dos nossos principais objetivos sempre foi ter o menor custo, e para isso planejamos a renovação da frota para alcançarmos maior capacidade com menores custos, conseguindo distribuir a nossa demanda em mais aviões e oferecendo tarifas mais atrativas”, afirmou Cruz, que também destacou a estratégia de frota de modelo único da companhia ajudando no remanejamento e aumentando a produtividade.

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