Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 30 de novembro de 2023
A apresentadora Ana Hickmann revelou em entrevista os abusos praticados pelo ex-marido, Alexandre Correa, com quem ficou casada por 25 anos. Ela disse que teve medo de repetir uma história que ficou marcada na sua infância: a violência doméstica sofrida pela mãe, Reni Saath, pelo pai, João Hickmann.
“Meu pai era um agressor, bateu muito na minha mãe”, disse ela, que mostrou uma cicatriz na mão, deixada por um episódio em que, ao tentar defender Reni enquanto ela apanhava, o pai a empurrou e ela caiu em cima de uma mesa repleta de copos e pratos.
De infância humilde, Ana é a mais velha de quatro irmãos. Reni já trabalhava, aos 15 anos, em uma plantação de tabaco da família, em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. Dois anos mais tarde, parou de estudar e trabalhar, e então, casou-se com o namorado, o representante comercial João Hickmann. Segundo ela, aos 36 anos, sem estudo e ao perceber que seu relacionamento não estava bom, decidiu cursar o supletivo e trabalhar como vendedora de loja e operária em uma fábrica.
“Durante um ano, minha rotina era estudar das 18h às 22h, trabalhar na Souza Cruz das 22h30 às 6h, dormir no carro até às 8h30 e ir pro meu outro trabalho, em uma loja de materiais de construção, onde ficava até as 17h. Só dormia noites inteiras aos sábados”, declarou ela, em entrevista ao Uol.
Aos 43 anos, Reni se formou em engenharia agrícola e continuou os estudos. Tem mestrado, doutorado e pós-doutorado, e atualmente é coordenadora do departamento de agronomia da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Anonimato
Reni é incrivelmente zelosa de sua privacidade e de uma vida quase espartana. Ela se formou em engenharia agrícola aos 43 anos pela UFLA (Universidade Federal de Lavras). Casada de novo, se mudou para Minas Gerais e lá completou a graduação. Engatou um mestrado com bolsa de estudos e, depois, separada novamente, foi para Botucatu, no interior de São Paulo, fazer o doutorado na Unesp (Universidade Estadual de São Paulo). Seguiu-se a isso o pós-doutorado e a convocação para o curso de agronomia em Maringá, em 2015.
“Os poucos que sabem da Ana me perguntam por que continuo dando aulas e estudando se tenho tudo tão fácil”, diz Reni, rindo. “Minha satisfação maior é chegar no fim do mês e ver o que consegui conquistar sozinha. O prazer que meu trabalho e minhas pesquisas me dão ninguém vai me dar”.