Domingo, 23 de fevereiro de 2025

Denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República atinge 7 generais e 13 coronéis

A denúncia da Procuradoria Geral da República contra a turma do golpe tem uma lista de 34 nomes. O alvo principal está no topo da pirâmide: o ex-presidente Jair Bolsonaro. Mas a relação traz para as Forças Armadas um constrangimento explícito. O equivalente a quase 70% dos denunciados é composto de oficiais militares.

A relação tem 7 com status de general, incluindo o ex-comandante da Marinha, o almirante Almir Ganier Santos. Outros 13 são coronéis ou tenente-coronéis do Exército. Há ainda um capitão, um major e um subtenente. Parte do generalato estava agarrado a postos de ministro ou alto escalão no governo Bolsonaro. Abraçaram-se à gestão e, agora, estão indo caminhar na prancha junto com o ex-presidente.

Em intensidade e poder de mando diferentes, cada um dos oficiais, segundo a denúncia do Ministério Público Federal, atuou para estimular o rompimento da ordem democrática impedindo a posse do então eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Na época, estar ao lado de Bolsonaro era estar do lado que parecia redimir o País. Mas houve quem no Alto Comando militar dissesse não e não embarcasse na ideia de barrar a entrega da faixa presidencial ao petista. Os que preferiam traçar planos até de morte são os que optaram por acreditar que as Forças Armadas podem exercer o papel de definir quem tem ou não tem direito de comandar o Brasil. Esse tempo findou-se na década de 1980.

Até muito recentemente, as Forças Armadas eram instituição que resistia às intempéries e mantinha constante uma boa avaliação em pesquisas de opinião. Foi assim nas últimas décadas. Na mais recente avaliação, a credibilidade militar desidratou. Talvez minada pelos dois lados. Seja por aqueles que viram oficiais aderir de corpo e alma a um presidente que praguejava contra vacina e projetaram um golpe, seja por quem esperava que na hora H o pessoal da farda redimiria o grupo que perdeu a eleição, assumindo a liderança num novo processo de ruptura em nome da salvação da pátria.

Na quinta-feira, 20, o fragmento de um vídeo novamente expôs os militares. O ministro Alexandre de Moraes tornou públicas as gravações da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. No primeiro dos vídeos, quando o ex-ajudante de ordens senta-se na frente de um juiz auxiliar para assinar o termo como delator, a imagem é de um oficial do Exército. Mauro Cid fora devidamente fardado ao STF arrastando o peso da vestimenta para o rito criminal.

O acordo renderá a Cid redução de penas. Já o futuro dos demais oficiais na esfera penal dependerá do entendimento dos ministros do Supremo Tribunal Federal sobre o nível de detalhamento da atuação de cada um descrita na denúncia do Ministério Público Federal. Pode-se cogitar que alguns deles se livrem logo na entrada, por terem seu nome apenas citado em conversas e não terem aparecido envolvidos diretamente nas tramas de golpe e até assassinato. Para outros, o destino lhes reserva o banco dos réus e, quem sabe, o inédito posto de general condenado por crime. As informações são do portal Estadão.

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