Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Depois da eleição, Trump admite que os preços podem subir nos Estados Unidos

Em uma longa entrevista ao programa de TV Meet the Press, da NBC, que foi ao ar no domingo (8), Donald Trump disse que não pode garantir que suas prometidas tarifas sobre os principais parceiros comerciais estrangeiros dos Estados Unidos garantam estabilidade nos preços para os consumidores americanos.

O presidente eleito ameaçou com penalidades comerciais amplas, mas disse não acreditar nas previsões dos economistas de que o aumento dos custos dos produtos importados para as empresas americanas levaria ao aumento dos preços internos. “Não posso garantir nada. Não posso garantir o amanhã”, disse Trump.

Essa é uma abordagem diferente dos discursos de Trump durante toda a campanha de 2024, quando ele apresentou sua eleição como uma maneira segura de conter a inflação. Na entrevista, Trump defendeu as tarifas de modo geral, dizendo que elas “nos tornarão ricos”.

Ele prometeu que, em seu primeiro dia no cargo, em janeiro, imporia tarifas de 25% sobre todos os produtos importados do México e do Canadá, a menos que esses países interrompessem de forma satisfatória a imigração ilegal e o fluxo de drogas ilegais, como o fentanil, para os Estados Unidos. Ele também ameaçou impor tarifas sobre a China para ajudar a forçar o país a reprimir a produção de fentanil. “Tudo o que eu quero fazer é ter um campo de jogo nivelado, rápido, mas justo.”

Justiça

Trump também fez declarações conflitantes sobre como abordaria o sistema judiciário depois de vencer a eleição, apesar de ter sido condenado por 34 crimes em um tribunal do Estado de Nova York e de ter sido indiciado em outros casos por manipulação de segredos de segurança nacional e esforços para reverter sua derrota em 2020 para Joe Biden.

“Honestamente, eles deveriam ir para a cadeia”, disse Trump sobre os membros do Congresso que investigaram o motim no Capitólio.

Ele ressaltou sua alegação de que pode usar o sistema judiciário contra outros, incluindo o promotor especial Jack Smith, que liderou o caso sobre o papel de Trump no cerco de 6 de janeiro de 2021.

Trump confirmou que vai perdoar os apoiadores que foram condenados por seus papéis no motim em seu primeiro dia no cargo. Quanto à ideia de que a vingança está motivando possíveis processos, Trump disse: “Eu tenho o direito absoluto. Sou o principal agente da lei. Eu sou o presidente. Mas não estou interessado nisso”.

Em outro momento, porém, Trump disse que deixaria o assunto a cargo de Pam Bondi, sua escolhida como procuradora-geral. “Quero que ela faça o que quiser fazer”, disse ele.

Por causa dessas ameaças, Biden está considerando emitir perdões preventivos e gerais para proteger os principais membros de seu governo que está acabando. (Estadão Conteúdo)

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