Terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Desde o início do ano, 16 pessoas foram baleadas ao entrarem por engano em favelas do Rio

Na semana passada, um idoso de 68 anos foi baleado ao entrar, por engano, de carro na comunidade Jardim Catarina, em São Gonçalo. No último dia 12, o turista argentino Gastón Fernando Burlón, de 51 anos, foi baleado ao entrar em um dos acessos ao Morro do Escondidinho, no Rio Comprido, Zona Norte. Segundo o levantamento do Fogo Cruzado, 16 pessoas foram atingidas por disparos de arma de fogo em circunstâncias parecidas no Grande Rio durante o ano de 2024. De acordo com o instituto, esse é o maior número de vítimas baleadas por confundirem a rota desde 2016.

Ainda segundo o levantamento, 50 pessoas foram baleadas ao errar o caminho nas ruas do Grande Rio nos últimos oito anos, das quais 10 morreram. O estudo também aponta que o Complexo de Israel foi a região com o maior número de pessoas baleadas ao entrarem em comunidades, totalizando 10 feridos.

O Complexo de Israel é dominado pelo Terceiro Comando Puro e, por englobar várias comunidades, é cercado por vias importantes, como a Avenida Brasil, a Rodovia Washington Luiz e a Linha Vermelha. Com frequência, motoristas que trafegam pela Avenida Brasil entram erroneamente na Cidade Alta, que integra o complexo.

Durante o G20, por exemplo, um policial militar do Bope de São Paulo e seu irmão foram baleados ao entrarem, por orientação do GPS, na comunidade. Ambos foram socorridos por agentes do Rio e levados ao Hospital Getúlio Vargas. Os ferimentos, localizados nas pernas, não apresentaram gravidade, e as vítimas se recuperaram bem.

Além das ocorrências no Complexo de Israel, a Maré, que também está localizada em uma área de intensa circulação de veículos, é um dos locais com maior incidência de casos semelhantes, registrando cinco feridos desde 2016. O Complexo da Maré é formado por 16 comunidades e cortado por importantes vias de acesso, como a Linha Vermelha e a Linha Amarela, tornando-se um ponto de confusão para motoristas que utilizam aplicativos de navegação.

du Apesar disso, moradores apontam que a ausência de sinalização adequada e a falta de informações atualizadas nos aplicativos contribuem para o aumento dos incidentes. Iniciativas para minimizar esses riscos, como atualizações mais frequentes das rotas e a instalação de placas de advertência, têm sido discutidas, mas ainda não foram implementadas em larga escala.

(AG)

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