Segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Desemprego para cargos mais qualificados é menor na Região Sul

As menores taxas de desemprego entre as profissões mais qualificadas estão no Sul do País, com 2,3%, e no CentroOeste, com 3,4%. Nessas regiões, os índices de desocupação estavam abaixo da média nacional de 3,5% para o estrato no segundo trimestre deste ano, segundo o levantamento da consultoria Robert Half. Já Nordeste (4,5%), Norte (3,9%) e Sudeste (3,6%) superaram a média.

Em relação às profissões, o estudo não faz esse detalhamento. No entanto, com base em outras pesquisas, o economista da LCA Consultores Bruno Imaizumi destaca que as profissões mais demandadas e, portanto, com menores índices de desemprego são aquelas relacionadas à Tecnologia da Informação (TI), como engenheiros de software, especialistas em cibersegurança, analistas e cientistas de dados, economistas e desenvolvedores, por exemplo.

Outros segmentos aquecidos são de profissões ligadas à Saúde, sobretudo depois da crise sanitária, como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos, por exemplo.

Também estão nessa tendência as profissões ligadas ao mundo financeiro, como contabilidade, gestão de projetos, especialmente os relacionados a questões ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês).

No Brasil, a taxa de desemprego entre profissionais mais qualificados e experientes é, historicamente, menor do que a taxa de desemprego total. Isso ocorre porque a fatia da população com ensino superior ainda é relativamente baixa no País: cerca de 19% da população, conforme os dados do IBGE. É um número inferior ao da média dos 38 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de 40%, segundo o economista André Mancha, gerente da Iniciativa de Empregos e Oportunidades Brasil (JOI Brasil), da organização J-PAL, fundada por ganhadores de prêmios Nobel em Economia.

Como a oferta de profissionais qualificados é reduzida, explica Mancha, esses trabalhadores têm maior poder de barganha comparativamente aos profissionais sem ensino superior. Normalmente, diz ele, a diferença entre as taxas de desemprego tende a se ampliar em períodos de crise econômica, e a se reduzir em períodos de crescimento e estabilidade.

Remuneração melhor

Lucas Assis, economista da consultoria Tendências, observa que, mesmo em setores onde uma parcela significativa dos profissionais graduados ocupa funções que não demandam alta qualificação, a diferença de remuneração em relação àqueles que concluem apenas o ensino médio é elevada.

Atualmente, ele diz que o mercado de trabalho em geral apresenta sinais de forte aquecimento, com sucessivas expansões da população ocupada e aumentos da renda média, mantendo a desocupação em níveis historicamente baixos.

A prova disso é que a taxa geral de desemprego recuou para 6,4% no trimestre encerrado em setembro, com queda de 1,3 ponto ante igual período de 2023 (7,7%). Segundo a Tendências, a taxa de desemprego livre de influências sazonais foi de 6,5% no trimestre terminado em setembro. É o menor patamar da série histórica, iniciada em 2012.

Lucas Oggiam, diretor executivo da consultoria Michael Page, observa que atualmente as contratações de profissionais qualificados estão mais difíceis, embora a consultoria encerre 2024 como seu melhor ano no País.

Em 2020, 2021 e 2022, os profissionais escolhiam as oportunidades, diz o consultor. Em anos anteriores, eram as empresas que escolhiam os profissionais e, agora, a situação está equilibrada. “Hoje, você tem um mercado mais seletivo tanto da parte dos profissionais quanto das empresas.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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