Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 20 de junho de 2022
O premiado cineasta canadense Paul Haggis, ganhador do Oscar de melhor direção e de melhor roteiro original por “Crash: No limite” (2004), foi preso em Ostuni, no Sul da Itália, por abuso sexual e lesão corporal, informou a imprensa local.
De acordo com o jornal “Corriere Della Sera”, o Ministério Público da província de Brindisi divulgou uma nota na qual disse que o diretor, produtor e roteirista de 69 anos teria forçado uma “mulher estrangeira” (não italiana) a manter relações sexuais com ele por dois dias e depois a deixou no aeroporto Papola Casale, que fica na região.
O comunicado descreve que a suposta vítima estaria em “condições físicas e psicológicas precárias” ao chegar ao terminal. Lá, ela recebeu assistência de funcionários e da política de fronteira. Depois, foi levada ao hospital Perrino, para um atendimento que seguiu o protocolo adotado em casos de estupro. A mulher também formalizou denúncia contra o cineasta.
Haggis viajou à Itália para participar do Allora Fest. A revista americana “Variety” informou que o diretor daria diversas “master classes” (palestras) no evento, que é organizado pela jornalista italiana Silvia Bizio e pelo crítico de arte espanhol Sol Costales Doulton e está programado para acontecer entre esta terça-feira (21) e domingo (26).
À “Variety”, Silvia Bizio confirmou a prisão e disse que o festival está “se distanciando completamente” do cineasta.
Além de “Crash”, Haggis dirigiu filmes como “No vale das sombras” (2007) e “72 horas” (2010), bem como a série “Show me a hero” (2015). Entre seus roteiros, estão “Menina de ouro” (2004), “A conquista da honra” (2006), “007: Cassino Royale” (2006) e “007 – Quantum of solace” (2008).
Diretor foi alvo de acusação em 2018
Em janeiro de 2018, quatro mulheres acusam Haggis de agressões sexuais, como estupro ou tentativa de estupro.
Um processo civil contra o diretor, produtor e roteirista o acusava de ter estuprado uma mulher chamada Haleigh Breest em 2013, o que motivou outras três a divulgarem suas alegações à agência de notícias Associated Press.
Uma delas afirmou que Haggis a forçou a praticar sexo oral e depois a estuprou em 1996. Outra disse que ele segurou seus braços, a beijou na rua sem consentimento e, então, a seguiu até um táxi. Ela conseguiu escapar.
A quarta delas contou que Haggis tentou estuprá-la. “Eu preciso estar dentro de você”, ele teria dito. A mulher também conseguiu fugir.
Na época das acusações, a advogada do cineasta, Christine Lepera, negou as acusações: “Ele não estuprou ninguém”. Haggis já tinha negado a acusação original ao processar a primeira mulher por extorsão, afirmando que a autora e sua advogada haviam exigido US$ 9 milhões para evitar ações na Justiça.