Quarta-feira, 05 de fevereiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 5 de fevereiro de 2025
O dólar interrompeu uma sequência de 12 quedas e fechou a sessão desta quarta-feira (5) em alta, a R$ 5,79. Investidores seguem atentos ao cenário geopolítico mundial, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugerir assumir o controle da Faixa de Gaza.
Os temores com uma possível guerra comercial entre EUA e China também ajudaram a fortalecer a moeda norte-americana. Nesta quarta-feira, por exemplo, a Organização Mundial do Comércio (OMC) informou que o gigante asiático apresentou uma contestação sobre as novas medidas tarifárias aplicadas por Trump.
Essas incertezas geopolíticas costumam favorecer o dólar em relação a outras moedas. Isso porque a moeda é considerada a mais segura do mundo e acaba sendo o “refúgio” dos investidores durante períodos de maior cautela.
No Brasil, os investidores também repercutiram falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a inflação no país. Lula disse, nesta manhã, que vai se reunir com representares do setor de alimentos para procurar solução para o aumento dos preços.
Já na agenda de indicadores, o destaque por aqui ficou com a divulgação dos dados de produção industrial pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No exterior, o foco ficou com a criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos.
Mercados
O cenário de juros nos EUA continua a repercutir nos mercados. A preocupação recai sobre um possível aumento de preços no país em meio à imposição de tarifas por parte de Trump – e o quanto isso pressionaria o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) a manter as taxas de juros mais altas e por mais tempo.
Juros altos nos EUA elevam a rentabilidade dos títulos públicos do país, considerados os mais seguros do mundo, atraindo investidores, sobretudo em momentos de incertezas pelo mundo. Isso pode tirar a vantagem competitiva dos países que também atraem investimentos com juros altos, como o Brasil, valorizando o dólar em detrimento de outras moedas.
Na agenda de indicadores, o destaque por aqui ficou com a divulgação dos novos dados de produção industrial do país.
Segundo o IBGE, a indústria brasileira cresceu 3,1% em 2024, apesar da perda de força no fim do ano, com nova queda da produção (-0,3%) em dezembro. Os dados reforçam os sinais de desaceleração da economia, que vêm na esteira de uma maior taxa de juros, a desvalorização do real e a inflação ainda elevada.
Já no exterior, o déficit comercial dos EUA aumentou 24,7% em dezembro, para US$ 98,4 bilhões. Esse é o maior patamar atingido desde março de 2022. Já a criação de vagas de trabalho no setor privado do país subiu para 183 mil em janeiro, de 176 mil registradas em dezembro.
O setor de serviços norte-americano, por sua vez, apresentou uma desaceleração inesperada em janeiro, em meio ao arrefecimento da demanda, ajudando a conter o aumento dos preços.