Segunda-feira, 06 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 4 de janeiro de 2025
Os mercados de câmbio e juros futuros tiveram um início de 2025 positivo, após um pregão de volatilidade elevada em meio à baixa liquidez no começo do ano. Em níveis elevados após o amplo estresse dos últimos meses de 2024, o dólar e as taxas encontraram espaço para um alívio no prêmio de risco ontem, mesmo sem fatores macroeconômicos que justificassem o movimento. O Ibovespa, por sua vez, não seguiu a mesma tendência positiva e encerrou a primeira sessão do ano em leve queda, que só não foi maior principalmente por conta do bom desempenho das ações da Petrobras com o forte avanço do petróleo no mercado futuro.
Ao fim da sessão, o dólar fechou em queda de 0,28%, negociado a R$ 6,1624 no segmento à vista, enquanto o euro comercial caiu 1,66%, a R$ 6,3174. O Ibovespa, por sua vez, anotou baixa de 0,13%, aos 120.125 pontos. Já no mercado de juros futuros, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2026 exibiu forte queda de 15,45%, do ajuste anterior, para 15,145%; a do DI de janeiro de 2027 cedeu de 15,95% a 15,61%; a do DI de janeiro de 2029 recuou de 15,76% para 15,385%.
O forte movimento de ajuste da curva de juros doméstica deu fôlego tanto ao câmbio local quanto ao Ibovespa durante a sessão. Sem gatilhos claros para o movimento, operadores avaliaram que os níveis estressados deram espaço para um começo de ano majoritariamente positivo para os ativos locais, tendência acentuada pela liquidez mais baixa, o que tende a aumentar a volatilidade dos ativos.
A primeira sessão do ano até voltou a registrar a dinâmica negativa que se estabeleceu nas últimas semanas de 2024. Com a liquidez reduzida de negócios, o dólar chegou a avançar 0,70% frente ao real e alcançar a marca de R$ 6,2268 na máxima do dia, ao passo em que os juros futuros voltaram a superar a barreira de 16%.
No entanto, os juros futuros passaram a cair com força e acabaram puxando também o dólar para níveis mais baixos. Segundo o gestor de moedas de uma instituição local, o movimento repentino pode ter sido ocasionado pela “alocação de algum player estrangeiro”, aponta.
Embora o primeiro pregão do ano tenha sido positivo, o cenário segue desafiador diante do pessimismo dos agentes de mercado com a política fiscal e as elevadas expectativas de inflação, que levarão a um ciclo “intenso” de aperto monetário pelo Banco Central (BC) ao longo de 2025, conforme destaca a equipe de economistas da Porto Asset Management, em relatório mensal.
“O custo deste juro mais elevado é, evidentemente, menos atividade. Ainda assim, dado o alto grau de indexação da economia, teremos de conviver em algum momento com atividade desacelerando e inflação ainda acima da meta”, apontam os economistas da Porto Asset, que esperam uma Selic de 15,25% ao fim do ciclo de aperto do Banco Central, além de uma inflação acumulada de 5,4% neste ano.
No mercado de ações, nem mesmo a forte queda dos juros futuros foi suficiente para levar o Ibovespa a um primeiro pregão positivo em 2025. Apesar do recuo ontem, o índice conseguiu sustentar o nível de 120 mil pontos graças ao avanço das ações da Petrobras em um dia de subida mais intensa dos preços do petróleo. No fim do pregão, os papéis PN tiveram alta de 1,60% e os ON avançaram 2,82%.
Já a commodity energética encerrou a sessão de ontem com ganhos de quase 2%, após o presidente da China, Xi Jinping, prometer medidas de estímulo econômico no país. Nos Estados Unidos, as bolsas de Nova York começaram o ano em leve queda. O índice S&P 500 da recuou 0,22%, aos 5.868,55 pontos, após subir mais de 20% no ano passado.
O destaque no mercado internacional foi o dólar, cujo índice DXY, que mede a força da moeda americana ante seis pares, atingiu seus maiores níveis em cerca de dois anos ao fechar acima dos 109 pontos. O movimento ocorreu diante da expectativa de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) será mais cauteloso ao cortar os juros em 2025.