Quarta-feira, 08 de janeiro de 2025

Dólar fecha em R$ 6,11, a maior queda em duas semanas; Ibovespa sobe

O dólar fechou em queda nesta segunda-feira (6) negociado a R$ 6,11. A moeda norte-americana teve o maior recuo das últimas duas semanas. Enquanto o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em alta. A principal notícia para os mercados veio com o indicativo de que o governo de Donald Trump deve impor menos tarifas aos produtos importados do que prometido na campanha.

Segundo o jornal “The Washington Post”, assessores de Trump querem tarifas mais elevadas apenas em setores-chave para a segurança do país, como energia e defesa. Trump negou as informações em sua rede social ainda pela manhã.

“Isso está errado. O Washington Post sabe que está errado. É apenas outro exemplo de ‘fake news’.”

No final de novembro do ano passado, Trump prometeu taxar em mais 10% os produtos chineses e em 25% os produtos mexicanos e canadenses. Em um post na rede social Truth Social, o presidente disse que “esta tarifa permanecerá em vigor até que as drogas, especialmente o fentanil, e todos os imigrantes ilegais ponham fim a esta invasão do nosso país”. Trump também prometeu taxar produtos vindos de outros países.

O mercado reagiu bem à possibilidade de tarifas menores, pois isso reduziria a inflação nos EUA. Com menos inflação, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) não precisaria aumentar as taxas de juros. Rendimentos menores dos títulos públicos ampliam o apetite dos investidores por investimentos mais arriscados ou países com juros mais altos, tirando força do dólar.

Além disso, está prevista a divulgação de dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos para esta semana, que podem dar pistas sobre quais devem ser as próximas decisões do Fed. No cenário doméstico, a inflação de dezembro e o número fechado de 2024 devem sair na sexta-feira (10).

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu nesta segunda com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após o encontro, ele afirmou à imprensa que o Orçamento de 2025 foi o tema central da conversa.

A expectativa é que o orçamento seja votado em fevereiro. Sem a peça orçamentária aprovada, o ano começa com algumas restrições, mas a área econômica diz não ver impacto no funcionamento do governo.

“Tem uma regra pra isso [de execução], enquanto não votar o orçamento no começo do ano. E, no começo do ano, tem sempre uma execução mais lenta mesmo, ordinariamente. Mas nós temos que discutir falar com o relator para ajustar o orçamento às perspectivas do arcabouço fiscal e das leis que foram aprovadas, no final do ano passado”, disse Haddad.

Uma das razões para o orçamento não ter sido aprovado no ano passado foi a demora na aprovação das medidas de cortes de gastos, entre elas restrições no ritmo de aumento do salário mínimo e nas regras de acesso do abono salarial, por exemplo.

Segundo o ministro da Fazenda, novas medidas de cortes de gastos ainda não começaram a ser discutidas. No fim do ano passado, Haddad indicou que levará novas recomendações ao presidente Lula.

“Nós não conversamos sobre sobre isso [propostas de cortes de gastos] hoje, conversamos sobre outros temas. Mais o planejamento do ano, a questão do orçamento que ainda precisa ser votado”, acrescentou o ministro.

Haddad também negou a possibilidade de elevar o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) sobre a saída de dólares do Brasil — uma eventual medida que poderia conter a alta da moeda norte-americana. Este é um temor que circula pelo mercado financeiro.

“A questão do dólar, a gente precisa entender isso. Tem um processo de acomodação natural. Nós tivemos um estresse no final do ano passado, no mundo todo. Tivemos aqui um estresse também no Brasil”, disse.

“E hoje mesmo o presidente eleito dos Estados Unidos [Donald Trump] deu declarações moderando [propostas feitas durante a campanha]. É natural que as coisas se acomodem.”

O resultado pode confirmar o estouro da meta da inflação pelo terceiro ano consecutivo. A meta no Brasil para 2024 era de 3%, e seria considerada cumprida se ficasse entre 1,5% a 4,5%.

Com isso, o dólar caiu 1,14%, cotado a R$ 6,1109. Na mínima do dia, chegou a R$ 6,0927. Com o resultado, acumulou queda de 1,11% no mês e no ano. Na última sexta-feira (3), a moeda norte-americana fechou em alta de 0,30%, cotada a R$ 6,1811. Enquanto o Ibovespa subiu 1,26%, aos 120.022 pontos. Com o resultado, acumulou perda de 0,22% no mês e no ano. Na sexta, o índice encerrou em baixa de 1,33%, aos 118.533 pontos. As informações são do portal de notícias g1.

 

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