Sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 27 de fevereiro de 2025
O dólar fechou em alta de 0,45% nessa quinta-feira (27), a R$ 5,82, atingindo o maior patamar em quase um mês, conforme investidores seguiam de olho nos desdobramentos da política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Indicadores econômicos locais e internacionais também ficaram no radar.
O presidente norte-americano afirmou que pretende impor tarifas de 25% sobre todos os produtos importados da União Europeia que chegam ao país. Trump também indicou que as taxas impostas ao México e ao Canadá devem entrar em vigor em 4 de março e que a China deve receber uma tarifa adicional de 10% nesse dia.
As falas voltam a trazer as atenções do mercado para eventuais impactos na dinâmica do comércio global e para a possibilidade de uma nova pressão inflacionária nos EUA e no mundo.
No Brasil, as atenções ficaram voltadas para os novos números do mercado de trabalho, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta manhã. A taxa de desemprego ficou em 6,5% no trimestre encerrado em janeiro, uma aceleração em comparação ao trimestre anterior (6,2%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).
Ainda entre os indicadores, o resultado das contas externas do Brasil também ficam na mira. Segundo o Banco Central do Brasil (BC), o país registrou um déficit de US$ 8,7 bilhões em janeiro, quase o dobro do déficit de US$ 4,4 bilhões do mesmo período do ano passado.
Já no exterior, o mercado repercute a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre de 2024 dos Estados Unidos, que cresceu 2,3%. O resultado veio em linha com o esperado, mas ainda representa uma desaceleração em relação ao terceiro trimestre (3,1%).
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou em leve alta de 0,02%, aos 124.799 pontos.
Mercados
A política tarifária do presidente dos Estados Unidos continua a impactar os negócios pelo mundo. Nessa quinta, o destaque ficou com a nova afirmação do republicano de que pretende impor uma tarifa de 25% sobre os produtos importados pelo país da União Europeia (UE).
“Nós tomamos uma decisão, vamos anunciá-la muito em breve. Será de 25%, de maneira geral. Em carros e algumas outras coisas”, afirmou Trump.
O republicano ainda afirmou que a relação do país com a UE é diferente daquele com Canadá e México, pois os europeus estariam “tirando vantagem” dos americanos nas trocas comerciais.
“Não aceitam nossos carros, nem nossos produtos agrícolas, usando as mais variadas justificativas. E nós aceitamos todos os produtos deles. Isso nos deixa com um déficit de US$ 300 bilhões com a União Europeia”, disse Trump.
No início deste mês, a UE já havia se pronunciado contrária às novas tarifas sobre importações, sinalizando que “responderá com firmeza” caso as taxações do republicano sejam aplicadas ao bloco europeu.
O republicano também afirmou que as tarifas impostas sobre México e Canadá entrarão em vigor em 4 de março, conforme o programado, porque ainda há entrada de drogas nos EUA provenientes desses países.
Trump acrescentou, ainda, que cobrará uma taxa adicional de 10% sobre a China nesse dia, de acordo com uma publicação em sua plataforma na Truth Social.
As ameaças tarifárias reforçam a preocupação com uma possível guerra comercial e reacendem o alerta sobre uma possível elevação das expectativas de inflação na maior economia do mundo. Se os insumos e produtos que chegam ao país ficam mais caros, isso pode afetar diversas cadeias produtivas e o consumidor final.
Uma inflação maior pode levar o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a voltar a elevar suas taxas de juros, hoje entre 4,25% e 4,50% ao ano, nos próximos meses, o que tende a valorizar o dólar.
Brasil
Já no ambiente doméstico, o destaque ficou com os números da Pnad Contínua, que mostraram um aumento de 0,3 ponto percentual no desemprego no trimestre encerrado em janeiro, com a taxa chegando a 6,5%. No mesmo período do ano passado, a desocupação atingia 7,6% da população em idade de trabalhar.
Segundo o IBGE, 7,2 milhões de pessoas estão sem emprego no País, um crescimento de 5,3% na comparação com o trimestre anterior. Em relação ao mesmo trimestre de 2024, porém, houve queda de 13,1% (cerca de 1,1 milhão de pessoas) no número de desempregados.
Apesar da alta no desemprego, o resultado ainda veio levemente abaixo do esperado pelo mercado financeiro, que previa uma taxa de desocupação de 6,6% para o trimestre encerrado em janeiro.
Na última quarta (26), o Ministério do Trabalho também já havia divulgado novos números de emprego. Segundo a pasta, o Brasil gerou 137,3 mil empregos formais em janeiro deste ano. O resultado representa uma queda de 20,7% em relação a janeiro do ano passado (173,2 mil vagas), mas ainda foi três vezes maior do que o esperado pelo mercado.