Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Dor forte no período menstrual pode indicar endometriose; a doença de Anitta

A cantora Anitta contou em suas redes sociais que recebeu um diagnóstico de endometriose e precisará passar por um procedimento cirúrgico para tratar o problema. A artista acreditava sofrer de um quadro de cistite recorrente, uma infecção que acomete a uretra provocada por uma bactéria, depois de nove anos com fortes dores após as relações sexuais. No entanto, ela conta que os exames não indicavam a presença de microrganismos na região, o que levou sua médica a optar por uma ressonância, que detectou a endometriose.

A endometriose é uma doença crônica causada por uma inflamação fora do normal de células do endométrio – tecido que reveste as paredes internas do útero, onde o óvulo se fixa quando fecundado para que o feto se desenvolva. O problema leva esse tecido a crescer para fora do útero, com fragmentos chegando ao ovário, às trompas e a outros órgãos da região. Porém, mesmo fora do útero, ele continua crescendo.

“A endometriose é uma condição extremamente frequente, que acomete um grande número de mulheres e tem uma repercussão muito grande na qualidade de vida dessas pessoas pela dor pélvica crônica, as dificuldades para engravidar ou ambos em conjunto. Nós sabemos que existe um atraso muito grande entre o início dos sintomas e o diagnóstico da condição, é uma questão mundial. Por isso, precisamos de mais atenção para a doença e profissionais especializados para o diagnóstico. Hoje esse não é um problema só da mulher, mas de saúde pública”, afirma o médico ginecologista Agnaldo Lopes, presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

Esse tecido que não deveria estar fora do útero provoca cólicas menstruais muito intensas (dismenorreia); dores e sangramentos intestinais e urinários durante a menstruação e pode levar a dificuldades para engravidar – cerca de 30% a 40% das mulheres com endometriose têm a capacidade de reproduzir afetada. O quadro pode causar ainda dores durante ou após relações sexuais, queixa comum de Anitta.

“Devem chamar a atenção também para o diagnóstico irregularidades no ciclo menstrual e alterações intestinais durante a menstruação. O tratamento é bastante eficiente, especialmente quando a doença é identificada de forma precoce”, complementa a médica da cantora, Ludhmila Hajjar, clínica geral, intensivista e professora de cardiologia da Universidade de São Paulo (USP).

Como é uma doença ligada à menstruação, ela costuma regredir após a menopausa, quando ocorre a redução dos hormônios responsáveis pelo processo. No entanto, mulheres mais jovens que sofrem com o problema podem tratá-lo com o uso de anticoncepcionais sem intervalos – o que suspende a menstruação e a consequente inflamação dos tecidos do endométrio fora do útero.

No caso de lesões mais graves, como as de Anitta, pode ser indicada uma cirurgia para que elas sejam retiradas. Em casos mais avançados, é possível ainda realizar uma operação para remover completamente o ovário e o útero, o que, no entanto, compromete a capacidade de reproduzir.

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