Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 11 de maio de 2022
Por diversos motivos diferentes, algumas pessoas sentem dor no corpo diariamente, principalmente nas articulações. Joelho, tornozelo, cotovelo, punhos e costas costumam liderar as queixas de desconforto. Mas, quando começa a época de frio, muitos desses indivíduos percebem que o problema tende a piorar.
Pode parecer bobagem, ou apenas um mito. Mas, sentir mais dor no corpo durante o frio não é mera coincidência. Pessoas com artrose, problemas articulares, ou os que já fraturaram algum osso, costumam ser as principais vítimas das baixas temperaturas.
“Não é à toa que articulações que estão com um processo de artrose costumam melhorar quando se utiliza uma bolsa de água quente. A artrose prefere o calor”, explica o médico ortopedista, Dr. David Gusmão.
Segundo o especialista, esse grupo de pessoas que sente mais dor no corpo durante o inverno também tende a sofrer quando uma chuva se aproxima.
“Isso acontece porque, quando o tempo está fechando e está próximo de chover, ocorre uma mudança da pressão atmosférica e, muitas vezes, a pressão intraóssea de uma articulação que está com desgaste de um osso, ou que teve uma fratura, não consegue se equilibrar na velocidade rápida o suficiente para acompanhar essa mudança. Então, o tempo frio causa mais dor articular em quem tem artrose e as mudanças bruscas de pressão atmosférica de quando está pra chover também”, conta o ortopedista.
Exercícios físicos combatem o frio
Se você costuma sentir mais dor no corpo durante os dias de frio, uma boa saída para amenizar esse desconforto é realizar atividades físicas com frequência. Conforme destacou o médico Gusmão, “a artrose prefere o calor”.
“Quando a pessoa tem alguma articulação com artrose em um grau médio, por exemplo, e ela começa uma atividade física, o corpo aquece, aumenta a lubrificação e a flexibilidade do tecido de colágeno. Isso diminui os sintomas. Já o corpo frio, parado, com pouca lubrificação e pouca elasticidade do colágeno, fica mais sensível à dor articular”, finaliza o ortopedista Gusmão.
Outro benefício da atividade física
Entre os inúmeros benefícios comprovados da prática de atividade física, um deles está associado à saúde do cérebro. Um estudo do Centro de Pesquisas Inserm, divulgado na revista Neurology, da Academia Norte-Americana de Neurologia, mostra que manter os níveis adequados de insulina e de índice de massa corporal (IMC) por meio de exercícios físicos pode evitar ou postergar a demência.
O professor de Educação Física da Estácio Belo Horizonte, João Paulo Pereira Rosa, que é doutor em Ciências do Esporte, acrescenta que a inatividade física é uma causa primária de pelo menos 35 condições patológicas e clínicas distintas. “Perda das capacidades funcionais com o envelhecimento; síndrome metabólica; obesidade; resistência à insulina; pré-diabetes/diabetes tipo 2; doença hepática não alcoólica; doenças cardiovasculares; funções e doenças cognitivas; distúrbios ósseos e do tecido conjuntivo; alguns tipos de câncer; doenças reprodutivas e doenças do trato digestivo, pulmonar e renal são alguns exemplos. Portanto, a prática de exercícios físicos é eficaz na prevenção e tratamento de doenças crônicas degenerativas”, ressalta.
Manter-se em movimento também contribui para a saúde mental e o bem-estar, como lembra o docente. “Considerando o corpo humano como um sistema biológico integrado e dinâmico, ao se tornar fisicamente ativo ocorrerá uma mudança positiva de humor após algumas semanas de atividade física regular. Isso resulta de alterações nos níveis circulantes de substâncias, como endorfina, serotonina e noradrenalina, além do aumento da autoeficácia decorrente da realização de tarefas ou do alcance de alguns objetivos iniciais de curto prazo. Além disso, haverá ganhos nos diversos componentes da aptidão física, como força, capacidade cardiorrespiratória, flexibilidade, equilíbrio, dentre outros”, descreve João Paulo.