Domingo, 24 de novembro de 2024

Dormir pouco ou dormir muito? Ambos fazem mal para memória, fluência verbal e comunicação

Um estudo recente trouxe novas evidências sobre a importância de uma boa noite de sono para o desempenho cognitivo de adultos e idosos. Segundo a pesquisa, tanto dormir pouco quanto dormir em excesso pode impactar habilidades como memória, fluência verbal, funcionamento executivo e cognição global.

A pesquisa analisou 7.248 servidores públicos ativos e aposentados, com idades entre 55 e 79 anos, das capitais Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Salvador e Vitória. Entre os participantes, com média etária de 62,7 anos, 55,2% eram mulheres. Os resultados indicaram uma relação em forma de “U invertido” entre a duração do sono e o desempenho cognitivo: dormir menos ou mais de sete horas foi associado a desempenhos cognitivos inferiores, independentemente da idade.

No Brasil, 76% dos indivíduos acima de 16 anos tem, pelo menos, uma queixa do sono, ou seja, aproximadamente 108 milhões de pessoas.

Insônia e função cognitiva

Além da quantidade de sono, a pesquisa também apontou que a insônia impacta diretamente a função executiva e a cognição global. Em pessoas que relataram insônia em dois ou mais momentos, foi observada uma associação com pior função executiva e memória. O impacto foi ainda mais significativo quando a insônia estava combinada com sono de curta duração.

Por desempenho cognitivo, entendem-se diferentes domínios ou habilidades cognitivas, como a memória, linguagem, atenção, concentração, etc. Essas habilidades funcionam de maneira hierárquica e dependente entre si. Nessa lógica, o desempenho cognitivo permite ao indivíduo gerenciar suas experiências, adaptar-se ao meio e solucionar problemas mediante as diferentes demandas do cotidiano.

Saúde mental

Os pesquisadores ressaltam que queixas relacionadas a alterações do sono, como insônia e mudanças na duração, estão cada vez mais comuns na população adulta, especialmente em meio ao ritmo acelerado da vida moderna. Essas alterações afetam o desempenho cognitivo e estão associadas ao declínio cognitivo. O sono adequado, segundo os responsáveis pelo estudo, pode beneficiar habilidades cognitivas fundamentais, como a consolidação da memória, e contribuir para a saúde mental.

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