Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 7 de março de 2022
O Instituto do Sono alertou sobre como a falta de noites bem dormidas podem ocasionar no ganho de peso, no aumento do apetite e na diminuição de saciedade. Érika Treptow, especialista em medicina do sono e pesquisadora do Instituto do Sono, diz que “tem se comprovado nos últimos anos, cada vez mais, tanto em crianças ou adolescentes quanto em adultos, que dormir pouco tem suas consequências. E uma delas é o ganho de peso”.
A profissional explica que o ato de não dormir desregula o organismo, fazendo com que algumas substâncias sejam produzidas de forma anormal, bem como substâncias produzidas durante o sono não sejam feitas. “Por exemplo, há uma substância chamada grelina, que está associada à vontade de comer, e ela aumenta bastante [com a falta de sono]. Apenas uma noite que a gente dorme pouco já é o suficiente para aumentar essa substância”, exemplificou Treptow.
Além da elevação de grelina, a falta de sono pode reduzir a produção de leptina, um hormônio associado à saciedade.
Segundo a pesquisadora, o sono insuficiente também encurta o jejum que ocorre quando o corpo está repousado. “Quem acaba dormindo menos tem tempo maior, oportunidade maior, número maior de horas em que pode se alimentar. O dormir menos também dá muito cansaço, então a pessoa tem dificuldade maior de realizar exercícios, por exemplo”.
Ainda de acordo com o Instituto do Sono, a falta de sono e/ou rotinas de noites mal dormidas podem afetar diversas área do organismo, independentemente da idade ou gênero.
Em um estudo publicado em 2022, na revista científica JAMA Internal Medicine, é mostrado que o aumento de 90 minutos de sono por noite foi capaz de reduzir em 270 Kcal a ingestão calórica diária, o que, a longo prazo, pode resultar em uma perda significativa de peso.
Excesso de gordura
Além da falta de sono poder gerar ganho de “gordura”, a recíproca também é verdadeira. Treptow afirma que o excesso de gordura pode atrapalhar na qualidade do sono. “Quando a gente ganha muito peso, principalmente dependendo do local onde esse peso se acumula, há tendência ao ronco, à apneia do sono e a um sono de pior qualidade”. Para melhorar a condição, é recomendado, principalmente, a regularidade dos horários de dormir.
“Nosso organismo funciona conforme um ritmo e esse ritmo é ditado, principalmente, pelo nosso horário de dormir, de levantar, pelo horário das nossas refeições e pela luminosidade que a gente recebe durante o dia (…) Todas as células do organismo funcionam conforme esse ritmo. A partir do momento em que eu durmo a cada dia num horário diferente, essa saída do ritmo provoca maior chance de doenças”, ressalta a médica.
Recomendações
Treptow orienta para que as pessoas não tomem bebidas alcoólicas ou estimulantes energéticos em um horário próximo ao de dormir. O indicado é realizar uma refeição leve e balanceada no período noturno. “As pessoas não devem também levar os problemas para a cama. Uma dica que a gente dá é ter um diário de preocupações, onde a pessoa anota tudo aquilo com que está preocupada, é como se esvaziasse a cabeça e conseguisse ir pra cama dormir”.
Caso a pessoa acorde no meio da noite e não consiga mais dormir, a dica é sair da cama. “Tome um copo d’água, vá ao banheiro e depois você volta a dormir. Porque ficar fritando na cama, como algumas pessoas dizem, também reduz a chance de trazer qualidade boa do sono”.
Um ambiente adequado também é recomendado. O quarto deve ter pouca luminosidade, pouco barulho, uma temperatura boa. “Isso, agora no verão, a gente vê como prejudica para adormecer”, finalizou.
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Por Redação Rádio Pampa | 7 de março de 2022
O Instituto do Sono alertou sobre como a falta de noites bem dormidas podem ocasionar no ganho de peso, no aumento do apetite e na diminuição de saciedade. Érika Treptow, especialista em medicina do sono e pesquisadora do Instituto do Sono, diz que “tem se comprovado nos últimos anos, cada vez mais, tanto em crianças ou adolescentes quanto em adultos, que dormir pouco tem suas consequências. E uma delas é o ganho de peso”.
A profissional explica que o ato de não dormir desregula o organismo, fazendo com que algumas substâncias sejam produzidas de forma anormal, bem como substâncias produzidas durante o sono não sejam feitas. “Por exemplo, há uma substância chamada grelina, que está associada à vontade de comer, e ela aumenta bastante [com a falta de sono]. Apenas uma noite que a gente dorme pouco já é o suficiente para aumentar essa substância”, exemplificou Treptow.
Além da elevação de grelina, a falta de sono pode reduzir a produção de leptina, um hormônio associado à saciedade.
Segundo a pesquisadora, o sono insuficiente também encurta o jejum que ocorre quando o corpo está repousado. “Quem acaba dormindo menos tem tempo maior, oportunidade maior, número maior de horas em que pode se alimentar. O dormir menos também dá muito cansaço, então a pessoa tem dificuldade maior de realizar exercícios, por exemplo”.
Ainda de acordo com o Instituto do Sono, a falta de sono e/ou rotinas de noites mal dormidas podem afetar diversas área do organismo, independentemente da idade ou gênero.
Em um estudo publicado em 2022, na revista científica JAMA Internal Medicine, é mostrado que o aumento de 90 minutos de sono por noite foi capaz de reduzir em 270 Kcal a ingestão calórica diária, o que, a longo prazo, pode resultar em uma perda significativa de peso.
Excesso de gordura
Além da falta de sono poder gerar ganho de “gordura”, a recíproca também é verdadeira. Treptow afirma que o excesso de gordura pode atrapalhar na qualidade do sono. “Quando a gente ganha muito peso, principalmente dependendo do local onde esse peso se acumula, há tendência ao ronco, à apneia do sono e a um sono de pior qualidade”. Para melhorar a condição, é recomendado, principalmente, a regularidade dos horários de dormir.
“Nosso organismo funciona conforme um ritmo e esse ritmo é ditado, principalmente, pelo nosso horário de dormir, de levantar, pelo horário das nossas refeições e pela luminosidade que a gente recebe durante o dia (…) Todas as células do organismo funcionam conforme esse ritmo. A partir do momento em que eu durmo a cada dia num horário diferente, essa saída do ritmo provoca maior chance de doenças”, ressalta a médica.
Recomendações
Treptow orienta para que as pessoas não tomem bebidas alcoólicas ou estimulantes energéticos em um horário próximo ao de dormir. O indicado é realizar uma refeição leve e balanceada no período noturno. “As pessoas não devem também levar os problemas para a cama. Uma dica que a gente dá é ter um diário de preocupações, onde a pessoa anota tudo aquilo com que está preocupada, é como se esvaziasse a cabeça e conseguisse ir pra cama dormir”.
Caso a pessoa acorde no meio da noite e não consiga mais dormir, a dica é sair da cama. “Tome um copo d’água, vá ao banheiro e depois você volta a dormir. Porque ficar fritando na cama, como algumas pessoas dizem, também reduz a chance de trazer qualidade boa do sono”.
Um ambiente adequado também é recomendado. O quarto deve ter pouca luminosidade, pouco barulho, uma temperatura boa. “Isso, agora no verão, a gente vê como prejudica para adormecer”, finalizou.